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Jornada Interior

Jornada Interior

– A Evolução da Consciência –
(Primeira Parte)

De Lauro Poersch (ipse27@gmail.com) – em fevereiro de 2011

 

Introdução

No vocabulário ligado ao mundo da natureza, do campo no manejo dos rebanhos, nas artes – teatro, dança, cinema, música, literatura, os canais de tudo quanto nos identifica e nos leva para o lado lúdico da existência -, existem inúmeras palavras nas ciências, nas filosofias, nas religiões. Na vida comum, há mais coisas, seres, objetos, idéias para designar e nomear, do que palavras para designar.

As ciências, as filosofias, as religiões, as artes, todas são uma tentativa para o humano manifestar-se através do atributo da fala. “Um dom divino” – parodia Raul Pilla -, “a palavra é o mais sublime atributo do homem”, excita emoções e acalma, comanda, enfurece, revela, confunde… Tanto interessa a palavra, que o humano a fita com o mesmo olhar classificatório de um entomólogo; tanto a sente e sopesa, que não persiste nela o esvaziamento de seu real sentido. E, na falta de sua adequação, ela se torna predicável para designar algo com certa analogia de aspecto e com função de utilidade.

Quando os progenitores das cavernas decidiram enterrar seus mortos, traziam na cabeça temas complexos que, desde sempre, ocuparam a mente humana, quais sejam: quem somos de onde viemos e para onde vamos. Carregando as dúvidas no sangue, seus descendentes procuravam dirimi-las. Conhecendo seu destino, os progenitores haviam se questionado sobre o que teria originado o Universo. Surgiram as ciências, as artes, as religiões, as filosofias. Provado que a vida evoluiu de uma explosão colossal, a Religião católica romana “resolveu” a questão pelas Escrituras: proclamou como certa a Teoria Creacionista, adversa à Evolucionista – do naturalista darwiniano inglês, há 150 anos.

Descrito o Universo interconectado, a Física concluiu que o egocentrismo inexiste tecnicamente como sistema isolado. Ciência e Religião, ao contrário, sustentam-se no equilíbrio e desenvolvimento das potencialidades do corpo, da mente, da alma e do espírito, viabilizando a visão e o crescimento evolutivo mental e espiritual do gênero humano. Ambas assentadas no diálogo desvendaram o enigma clássico da condição humana, ou seja: a desconfiança do outro, do diferente, do estrangeiro com sua aparência, cultura e religião estranhas como prova de que a evolução interior supera infinitamente as divergências entre o científico e o religioso. Evoluir requer conhecer e adotar, simultaneamente, uma dinâmica com total decisão (tudo na vida é iniciativa), estando cada quem coagido “a moer a própria farinha e fazer o pão”, intimando-o a bicicletar doidamente, pedalando e andando sem parar, para não tombar. Em proporções variáveis, o processo resulta da combinação de elementos racionais com emocionais – isso, sem falar de fatores de natureza fisiológica.

Na etapa científica, em 1543, com a prova do duplo movimento dos planetas em torno de si e do Sol, a humanidade começou a clarear as próprias incertezas com Nicolau Copérnico. Reconhecendo a própria “insignificância”, ele sujeitou-se ao corte vital e a outras imposições, trocou a empáfia pela sapiência, o golpe da magia pela pesquisa, a fantasia pela realidade, a loucura pela genialidade. Em 2010, o mundo abandonou mais duas certezas científicas: pesquisadores da NASA deduziram que pode haver vida sem componentes químicos, considerados indispensáveis para sua formação; astrônomos descobriram que há muito mais estrelas além da Via Láctea do que se imaginava, aumentando a possibilidade de haver formas de vida desconhecidas em outros planetas e aumentou a quantidade destes em que elas podem existir. As estrelas anãs de galáxias distantes não são vistas, mas que haveria, pelo menos, um trilhão de estrelas a mais que supunha existir no Universo – significando mais alguns trilhões de planetas em volta dos sóis e quatrilhões de satélites em volta dos planetas, sem considerar que o Universo visível talvez seja só uma fração do Universo real, cuja luz ainda não chegou até nós.

Dizendo-se de muitos modos, a Filosofia não impõe nem fecha verdades. Anterior à Ciência e à Arte, sua definição estava presa ao conceito de sabedoria prática, que se atinha à particularidade factual de cada dia e aos valores universais de uma cultura. Na procura por uma vida justa e ideal, aspirava ao pragmático, cujo propósito ficou recalcado em parte. Por volta do quinto século a.C., não mais reconhecida sua “utilidade” e priorizado seu modus vivendi, entrou no cotidiano do cidadão. Então, mais que conhecer, filosofar era estar junto de pessoas que compartilhavam idêntico ideal contemplativo e possuir algo em comum. Hoje, incapaz de responder sozinho a um universo de questionamentos, o quesito assumiu a tarefa do diálogo – a forma mais persuasiva de comunicação. Através dele, busca a verdade e, ao interpretá-la, supera o abismo ao deparar-se com o outro, desconhecido, ou o outro, conhecido que aparenta um desconhecido; ainda, em vista de sua transcendentalidade, cuida do cidadão.

Do gênero literário ensaístico, de prosa livre, A Jornada Interior – A Evolução da Consciência – aborda a expansão da consciência humana, cujo objetivo transcende sua interioridade – próximo passo no caminho evolutivo.

A obra reúne textos com temas habituais relevantes (não todos enfocados na fase introdutória), percebidos diferentemente que os conceitos tradicionais e métodos convencionais. Ao desenvolver os assuntos singularmente, sem amiudá-los ou exauri-los – o que contrariaria a finalidade de seu gênero literário -, o ensaio se debruça sobre a evolução da consciência, centrados e contextualizados seus conteúdos no binômio da “Consciência e Razão”, cuja compreensão carece de decodificação. Devotada aos detalhes (muitas vezes, definem o todo), a decodificação filtra o que se encontra textualmente explícito e, com uma quase religiosidade, perscruta o que está por baixo das entrelinhas – estas, que formam o adorno das palavras e a moldura dos silêncios. Seu entendimento está condicionado à personalidade e à cultura do leitor. Tarefa laboriosa nada trivial, não uma miragem, um delírio ou uma ficção, a evolução consciencial é um ofício de dever de todo o ente humano a apontar-lhe o descompasso da Terra e a instá-lo a renovar seu interior. Quando? Ora!…justo presentemente. Em fase de ajuste em suas camadas tectônicas – a energia taquiônica possui a maior frequência e vibração do Universo -, o planeta presencia constantes catástrofes geológicas, sendo virado caótico em sua estrutura física e atmosférica em regiões pontuais.

O autor dos best-sellers das obras espiritualistas mais influentes – “O Poder do Agora” e “Nova Terra” -, Eckhart Tolle adverte que o Planeta se esgotou, necessitando de reciclagem seu modelo civilizatório. Com total acerto no essencial, o pensador vaticinou que, “se os velhos padrões de fazer as coisas persistirem por mais cem anos, o planeta da Terra será incapaz de sustentar a vida humana”.

O ensaio defende a solidariedade social como “uma ação conjunta entre iguais”. Há que se proclamar aos quadrantes da Terra que a igualdade se caracteriza pela abolição da escravidão, que não implica só o direito ao salário, senão ainda a partilha do ócio do cidadão. A impessoalidade da lei assegura direito igual a todos e determina a divisão do pão com os vergastados pela fome, cujo gesto bíblico confronta com o cinismo e a usura dos duros tempos pós-modernos. Defende Kapra que “o grande desafio da humanidade consiste em aprender a cooperar”, imaginando-se o cidadão manter um enorme armazenamento de reservas humanistas neste século.

O ensaio enfoca a morte como uma realidade imanente, condicionada ao caminho do homem, onde o medo faz parte de sua alma, sendo-lhe peculiar que por vezes tenha medo de ter medo. E manifesta-o. Valendo-se de uma metáfora, Camões escreve em Os Lusíadas, IV, 29: “Que nos perigos grandes o temor / É maior vinte vezes que o perigo”. Então, restaria ao humano, no breve passeio que a vida lhe oferece, conviver tão só com o estigma do medo e, alegre ou revoltado, acomodar-se às suas circunstâncias? Exposto ad aeternum a novos olhares, diálogos e debates, o fenômeno da morte, embora amedronte, não é motivo para tanto alarme. Por quê? É o veículo da vida que, sem hiato, terá sua epifania em outra dimensão que não nesta, que persiste em causa renascer do temporal e do além-túmulo. Vida e morte condicionam-se mutuamente. Na condição de “célula divina” – um continuum divino e “vulto exponencial da Criação” -, repugna visceralmente ao racional a lógica de ser a morte seu estágio terminal. Por outras vias de influência, com um razoável grau de segurança, a dualidade constitui-se na dúplice face da mesma realidade. Bem ali – na morte – nasce a vida para o humano, parecendo-lhe andar por onde é improvável alcançar a felicidade. Paradoxalmente, é justo ali que há tudo de mais desejável, porquanto, só o desejo, o desejo profundo é capaz de mobilizar o aparelho psíquico, que o entronizará no mistério da felicidade.

E o que pensar dos temas relacionados ao poder e à política?

Segundo princípios, regras morais e leis estabelecidas, a política é “a arte de gerir a res publica”. Salvo exceções, os políticos, de viés autoritário e “paramentados de promessas”, andam a “teorizar” sobre a moral e a ética próprias, em detrimento do bem comum. Reconhecido por sua verve afiada, dissera Homero que os políticos “andam à caça dos sufrágios da plebe” – conhecendo-se que o voto é o instrumento de seleção e exclusão dos maus políticos. Qual seria o substantivo adequado para definir uma ação sacrílega contra o “sacrário interior”? Politicalha, talvez – cuja conotação sufixal queima como um ferrete, assentando-lhe como uma luva o axioma que qualifica o homem de lobo de si mesmo. Tanto porque vive atacando e matando seu semelhante, também porque é carnívoro e implacavelmente odioso.

Por valer tudo pelo poder, política e politicalha não se afinam. “Artisticamente sofisticada”, a corrupção é cultural – guardado embora, nessa área, certo pudor de donzela pelos “profissionais na arte dramática”. Nos filmes de Charles Chaplin, bastassem as imagens da corrupção – putrefação, de significação etimológica romana -, surgiu, desde o topo da pirâmide social, a precisão de uma reforma. Por coincidência – oh, que comparação! -, criam os gregos que o peixe apodrece pela cabeça, disseminando-se do alto por todo corpo sua decomposição. Grosso modo, surgiu para a sociedade civil atual – mais saudável e mais bem informada, conhece um pouco sobre os bastidores da vida política, devido, sobretudo, a uma imprensa livre – a ponta de esperança de cobrar mais dos governos. Exigindo de “reinventar“ e reimplantar a cultura da ética e da moral, o cidadão de hoje refreia a cúpula governamental na gestão da res publica. É um choque? É. Nada há de estranho, porém: no regime republicano, a administração pública é ofício de dever da cidadania.

O fiel da balança permanece equilibrado na natureza, mas a reminiscência provocou no humano característicos atávicos, hereditários, concedendo-lhe identificar os estigmas de sua inclinação para o mal. Comprometido com o ofício de evoluir, o racional não dispõe de solução salomônica que o dispense de caminhar com as próprias pernas: precisa estar perfilado para caminhar – não zanzar! -, discernir as coisas, as pessoas, as situações. Enquanto o desejo é a dinâmica para se articular, sua vontade faz com que se conduza pessoalmente. A dinâmica é operada pelo procedimento (leia-se “processo”) da própria “Consciência e Razão” – “uma espécie de crítica da própria consciência”, que suscita remorsos até nos réprobos. Ademais, é o Filho Incarnado – nosso Mestre e Guia, segundo se lê em Mt XXIII, 8-10 – quem propõe ao humano o processo suficientemente eficaz para mudar seu modo de pensar e agir em relação ao seu semelhante. Então, sem “objeto” a peticionar, a pessoa se equilibra emocionalmente entre sua decisão e sua ação (e ponto final!), sem recuar um passo, a fim de poder avançar dois (e ponto final!).

Ao proclamar o instituto processual, o “Homem de Nazaré” adotara um tom que vibra, constante e forte até hoje, no coração da humanidade, insistindo no combate ao “Ego” – vez que para o ególatra existem apenas o Eu e suas sensações. E toda vez que entra em ação, ao invés de reclamar de sua indisciplina, transige apontando para a palha que vê no olho alheio, sem que enxergue a trave no próprio (Mt VII,1-5). Ilustrativa, a regra áurea de prescrição divina, é constituída na “Lei e nos Profetas”, estando assim materializada em Mt VII, 12: Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazeio-o vós a eles.

Embora evitasse uma retórica argumentativa requintada, deseja-se que a leitura deste ensaio – uma porção de silêncio que mal traz uma ideia divagante e incompleta de seu motivo inicial – alivie e dê repouso a seu leitor, propiciando-lhe, ainda, um prazer imensurável. E lhe acresça conhecimento!… Sem pontuar diferenças, a obra consulta as fontes e observa e analisa tudo sob a ótica dos fatos. Isento de todo misto conotativo de pedantismo acadêmico, resquícios de jactância, ingenuidade ou excentricidade, julga pertinente contextualizar citações e referências latinas na situação adequada.

Desde os tempos medievos, a totalidade do gênero humano não falava o latim, restrito a um punhado de eruditos. Flexional – como o grego e o germânico -, é hoje uma “língua semiviva”, melhor dizendo, “morta”, como meio de comunicação; “viva”, como instrumento de investigação linguística. Em prosa e verso, louva Schopenhauer a riqueza das línguas-mães e lamenta que os clássicos da literatura e da filosofia tenham que ser traduzidos. Os segmentos da civilização ocidental (máxime, a linguagem) possuem uma “genética latina”. O conhecimento do latim saiu dos currículos escolares, não só aviltando o conhecimento da etimologia da língua camoniana, como ainda deixando de transformar-se em cultura geral – esta que não se deve dispensar.

No Ocidente, desde seu “atropelamento” pelo inglês, o espaço da língua latina apequenou-se. Repertório da Doutrina católica romana e do Direito romano, o linguajar latino expressa o que “transcende as palavras”. Até a pouco, o latim estava em uso nos rituais religiosos de rito latino – hábito ainda mantido em algumas regiões. Integrado ao currículo escolar do Direito e Institutos católicos, o idioma é preservado em muitas escolas europeias. No Direito do Ocidente, é usado amplamente nas expressões jurídicas e aforismos latinos.

I – O animal que fala

O homem é o animal que fala seja talvez a definição mais decisiva de todas. A essencialidade da criatura humana constitui-se na fala, que o torna transcendente e o distingue do reino animal.

A fala aparece como função desprovida de órgão próprio e exclusivo. Se tivesse sido concedida uma linguagem ao chimpanzé, mas não a concretiza, é porque a função da fala não é orgânica, é intelectual e espiritual.

No latim eclesiástico, o Verbum é a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Quer dizer “Palavra” – da classe gramatical dos substantivos. Lemo-lo no quarto Evangelho (Jo I, 14): E o Verbo se fez carne, i.e., humanizou-se.

No horizonte do pensamento cristão, o sentido da fala ontológica permanece atual como uma visão da plenitude. Vindo para criar uma “Nova Espiritualidade”, Cristo manifestou-se ao gênero humano como o Verbo Incarnado – caso raro de ausência de malícia e de apoio que, na plenitude de seu poder e sabedoria, ensinava, curava os doentes, ressuscitava os mortos e abria esperança para uma vida eternamente feliz enxugando toda lágrima, dando apoio aos aflitos e…anunciando o “Reino de Deus”. Interrogado pelos fariseus sobre quando o mesmo se realizaria no meio deles, respondeu que esse “Reino”, conquanto não seja observável, está dentro deles (Lc XVII, 21).

Cristo “ressuscitou dentre os mortos”, para não mais morrer. Selada a vitória final do império sobre seu último inimigo, compartilhou-a com o universo humano indistintamente – cuja garantia não confronta com nenhuma de suas promessas. A Bíblia, sem misturar fato com fantasia, vê na “partilha da Ressurreição” a materialização da verdade de que todos somos um.

A Física Quântica (entre cujos fundadores se encontra o físico dinamarquês Niels Henrik David Bohr, nascido em 1885) fez uma descrição totalmente nova sobre o Universo, trazendo “para o Universo da Ciência a presença indispensável da consciência do observador, que passa, de mero e impotente observador, a co-criador da realidade” – conforme lembra Moacir A. Lima (A Nova Ciência e a Fé, p.14).

A Lei de Interconectividade é a grande lei da Física Quântica: no Universo, tudo está interconectado, inclusive as ações. Nossa consciência influi no universo material e nas outras consciências; constrói-nos de dentro para fora, “tornando-nos os arquitetos de nosso destino, pois, rigorosamente, somos o que fazemos de nós”. Finalmente, enfatiza Herman Melville: “Não podemos viver apenas para nós mesmos. Mil fibras nos conectam com outras pessoas; e por essas fibras, nossas ações vão como causas e voltam para nós como efeitos”.

Desde longes eras, o homem (no sentido de humanidade) desconheceu o que adviria quando se lhe fechasse a estreita porta da vida. Uma experiência essencialmente humana, a vida propiciou-lhe solidão, sentindo-se não participar de nada e culpado. De quê? De ser julgado? Por quem? E vem de longe seu questionamento sobre o destino, sem que conseguisse vislumbrar uma luz no fim do túnel. Valendo-se de mitologias, de religiões, de crenças populares… o ser humano foi encontrando respostas para a sua eterna questão – convincentes, umas, outras, não. Recorreu a sortilégios e, ainda, a outras feitiçarias, muitas; procurou caminho nas filosofias de várias ideologias, todavia, ficou tão longe de resolver seu problema quanto estava nosso antepassado das cavernas.

O damasceno impôs-se uma árdua missão, ciente de que turbulências fariam parte de sua dura rotina. Missão é área que rima com sacrifício pessoal e de pessoal, carência material etc. Mais. Pregar a doutrina do Ressuscitado (cuja figura comparava com o Nazareno e municiava-O como sendo o Messias) no meio judaico, era certeza de risco à própria biografia. Ainda era árdua sua tarefa, porquanto o decoro social da época era avesso ao judeu solteiro.

Voltou como um crepúsculo para a humanidade a certeza da vida que sua crença na Ressurreição lhe transmitiu, cujo benefício atingiu toda a raça humana, sem que a morte pairasse sobre sua cabeça como um fantasma.

A fé no mistério cristão foi estabelecida pela conveniência da argumentação “acomodada” do brilhante acadêmico que, embora lhe sobrasse capacitação de raciocínio, falhou no tocante à aplicação da teoria da Lógica, um conjunto de normas usado para a correção de um raciocínio. A impressão que o evangelizador pareceu querer deixar era sair pela tangente. (Diante disso, é admissível que as reticências fiquem dançando aos olhos de algum leitor, justamente por ele desconhecer o sentido dos termos silogismo e premissas. Por isso, o bom senso requer um esclarecimento associado ao discernimento, para compreender a argumentação paulina. De um lado, o “silogismo” consiste no raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições, ditas premissas, das quais, por inferência, se obtém uma terceira, a conclusão; de outro, as “premissas” são cada uma das proposições que compõem o silogismo, e nelas se baseia a conclusão. Chama-se premissa maior a que encerra o termo maior, i.e., o predicado da conclusão, e menor a que encerra o termo menor, i.e., o sujeito da conclusão.)

Relativamente aos benefícios decorrentes da Ressurreição do Senhor para a humanidade, Paulo parte de uma premissa de caráter particular para uma de caráter geral e de uma (premissa) de caráter parcial para uma (de caráter) total. Em um e outro caso, ocorreu “um salto no escuro”, chamado salto de Hume, sem que se guardasse o nexo causal. A ilação errônea do Apóstolo, tão certa quanto fascinante e engenhosa, estendeu o efeito – reservado para o dia do juízo final – do maior milagre para todos os seres humanos: “se Cristo ressuscitou, todos ressuscitarão”.

Ao analisar-se a sutileza com que estendeu (“acomodou”?) os benefícios do supremo mistério para toda a humanidade, constata-se que, na prática, Paulo demarcou as fronteiras da competência do poder entre o religioso e o político. E “sentenciou”: cabe à Religião – por óbvio, a oficial – o cuidado pelo sagrado, enquanto incumbe ao poder público a responsabilidade de gerir o temporal. Admitido que todo o discurso traz embutida uma carga ideológica, política ou religiosa, não era só o imaginário e a pretensão do missionário, mas ainda o compreensível era passível de veracidade.

De ideologia religiosa, o quesito em questão marca o fim de uma angústia de eras. Não há o que fazer, nem do que reclamar, tendo a ganhar a humanidade – que assim o é -, agora embalada pela esperança de seu futuro.


(Segunda Parte)


A Ressurreição vem marcada com a “Nova Era”, cuja finalidade é despertar o “Ser de Luz” que vive em cada humano. O qual, quando desperto, terá a esperança quanto ao futuro da espécie humana. Ligada ao cosmos, a “Nova Era” desenvolve a evolução da consciência cósmica e faz avançar seu conhecimento, embora presa a sistemas de crenças e paradigmas, que não acompanham a nova amplitude mental. Quem desenvolve a consciência cósmica, percebe que parte do mistério a ser desvendado está dentro do homem – a próxima grande fronteira a ser descoberta. Assim, quem chega a conhecer-se, consegue saber de todos: na essência, “somos todos um”, que leva a uma nova maneira de ser, pensar e relacionar-se com tudo e com todos. Se não existisse consciência cósmica, o humano criaria a sua realidade no mesmo plano e a perceberia de modo diferente. Estaríamos então a um passo do solipsismo, acreditando que tudo o que percebemos, inclusive as demais pessoas, seria mera criação da nossa mente.

A expressão plenis velis – “a todo pano”, “com as velas ao vento” -, atribuída ao expert na arte náutica, é com justeza aplicável ao excelso evangelizador da Cristandade primitiva (ele que, por ironia do destino, sequer era grumete). A metáfora vem de representar uma dupla homenagem ao denodado marinheiro que, altaneiro, sem encastelar-se nas cercanias, espraiou-se pelos mares até então conhecidos dos humanos; proclamou a Palavra de Deus a quem a aceitasse, sem suspeitar que, no século 21, ele viria a servir de modelo para a Instituição cristã. Foi um pedagogo (pudera não…).

Em Jo V, 21-23, o evangelista ensina que são duas as obras do Pai a serem executadas pelo Filho: dar vida e julgar.

O “Verbo Incarnado” compartilhou com o universo humano o saldo de sua vitória sobre a morte, cujo fato constitui-se na resposta enfática e cabal para a “eterna questão” posta por garantia para a agoniada humanidade por sua Palavra. Simples assim:

Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crer em Mim, não morrerá jamais.

Decidir judicialmente sobre a vida e a morte do cidadão é atribuição exclusiva do Poder Judiciário, somente de direito humano, que a legislação confere ao juiz enquanto no exercício de seu cargo.

O julgamento final dos atos da humanidade, no último dia, é obra de poder, de direito divino, que o Pai reservou unicamente ao Filho, o Verbo Incarnado.

1 – A significação da palavra

No sentido de palavra, o verbum é um instrumento de comunicação a serviço da humanidade. Na contemporaneidade, a Filosofia está comprometida com a tarefa do diálogo, cuja matéria-prima é a palavra.

Entre os antigos, a significação do nome está ligada ao ser mesmo da coisa nomeada, não lhe intervindo como um rótulo arbitrário.

O elemento da fala é um complexo, todo animado por uma intenção de significação: é a imagem verbal que se exprime em frases mais ou menos complexas, às vezes, reduzidas a uma só palavra, mas respondendo sempre à manifestação de um sentido. A fala constitui-se na essência do mundo e na essência do homem que somente ele fala.

O monoteísmo é a fonte comum às três religiões originadas em Abraão: judaísmo, cristianismo e islamismo. Elas cedem lugar a uma doutrina do Verbo divino na instituição do real. A sabedoria egípcia compara-o à ordem do Faraó: este, quando fala, tudo acontece por força do seu caráter sagrado.

A Bíblia afirma a significação divina da palavra. Foi ela que chamou o mundo à existência, onde o caos ou o vácuo – o plasma primitivo – recebeu o sopro criador de um universo funcionando com absoluta perfeição. No início do Gênesis, lê-se que “Deus falou e tudo foi feito”. Encontramos na Escritura uma teologia do nome que corresponde a essa ontologia da linguagem.

O Verbo é Criador em si mesmo.

“Nomear” é chamar à existência tirando do nada: só é possível vir à existência o que é nomeado.

O Deus veterotestamentário recusou-se a declinar sua identidade. “Conhecer seu Nome” significaria alçar a criatura a idêntico grau de igualdade que seu Criador. No universo da fala, aceito o Nome de Deus para figurar sob a denominação de Jeová, é uma afirmação de sua existência. Ou seja: uma forma verbal que significa, simplesmente, que Ele existe.

É preciso esquecer os nomes de Deus que as religiões inventaram, a fim de, sem nome, encontrá-Lo no assombro da vida. É dispensável, de igual modo, pronunciar-se o nome da “rosa” para se perceber seu perfume.

Muitas pessoas conhecem o nome de Deus, sem jamais o terem pronunciado como reverência pela sua vida. É essa a razão por que, ao falar-se no único Deus sem nomeá-Lo, soa esclarecedora a pergunta do apóstolo Tiago em sua epístola católica, no capítulo II, verso 19:

Tu crês que há um só Deus? Talvez seja a razão por que F. Nietzsche dizia que os homens de gênio, em geral, são “nomeadores”.

Grande no seu modo de pensar, agir e relacionar-se, o sábio ateniense Sócrates insistia que as palavras não nos pertencem como uma presa dos nossos caprichos, protestando que a sua elucidação se impõe como um “exame de consciência”. Conclui o filósofo ateniense afirmando: “o imperativo categórico da propriedade dos termos coincide com o dever de fidelidade a si mesmo e de obediência aos deuses” (A Fala, de Georges Gusdorf, p.26).

A fala é um código do movimento perpétuo do ser humano, que se opõe a todo ajuste definitivo. De cultura ocidental, não cultivamos o costume de meditar mergulhando no próprio âmago, com vistas a descobrir a nossa essência. Voltados para o “externo”, viramos massa de manobra de ditames provinda “de fora para dentro”. Exemplo candente disso radica na influência e no domínio da mídia em nossa conduta moral, posturas e condicionamentos mentais. É tarefa difícil conquistar uma consciência individual despregada da consciência de massa, de rebanho. A engrenagem montada pelos homens – da qual eles próprios se tornaram tributários – é peça de reposição, com vida útil breve.

A educação é a ferramenta insubstituível para a promoção do desenvolvimento e para a correção de iniquidades.

Com atuação magistral na educação, Sócrates procurou ensinar a pescar, disseminando o conhecimento como a forma mais eficiente de, prevenindo a marginalidade, fazer seu discipulado a crescer (leia-se evoluir). Na antiguidade, ensinou a solidariedade, como ensinaram-na, na modernidade, a albanesa Madre Tereza de Calcutá e Zilda Arns. Na ternura e dedicação aos humildes, ambas detestaram o assistencialismo puro e simples.

Os homens, muito iguais e deveras inseridos na sociedade, restringem-se a reproduzir padrões, convenções sociais e modismos. Levará algum tempo, ainda, para se afirmarem as imprescindíveis mudanças.

Precisamos desmistificar certos paradigmas e dogmas que pontuam as doutrinas religiosas e esotéricas (herméticas), bem como as sociedades em que vivemos. Paulatinamente, vamos derrubando as teorias que versam sobre liturgias, cerimoniais e a criação da raça humana e reescrevemos a história da humanidade, que extirpa versões tidas, nos dias que correm, como verdades imutáveis. Assim, tomar banho, por exemplo, já não se constitui em ato pagão, como ocorria nos séculos 16, 17 e 18.

Os erros são lições

Conquanto o homem “jogue no jogo da vida” a propiciar-lhe erros e acertos – vida essa transitória que se extingue rápido no parêntese do tempo -, não lhe é rigorosa, nem lhe subtrai coisas (antes, liberta-o delas… e alivia-o), a fim de poder voar mais alto. Para alcançar a plenitude, seu desafio é viver a vida com deslumbre, onde a odisseia é aprender a conviver com a transitoriedade, aceitando que não há vida sem morte e imaginando que alguns sonhos ajudam a transcendê-la. Mesmo que o sonho sempre “dê de goleada” na realidade, é preciso sonhar, sim.

Um pio, mas inane desejo? Paradoxalmente, as falhas lhe servem de lições (maiores que as dos acertos?) que agregam valores à sua aprendizagem – razão por que não há motivo para se arrepender. O cometimento de erro não é de envergonhar, ao contrário, é razão forte para manter o equilíbrio mental. O poeta espanhol, Antonio Machado, configura o ciclo da vida humana, demarcado com idas e vindas. Escreve ele: caminante no hay, se hace camino al andar -, exprimindo algo como: “o importante não é o mapa, mas a caminhada”.

O Mestre não se cansou em fazer com que entendêssemos que uma das grandezas do humano que deita raízes na terra é aceitar o risco de errar… ou mesmo extraviar-se… extraviar-se dos outros. Urge é retirar as máscaras, exibir a fragilidade e aceitar ajuda. Porque qualidade é querer a verdade (não a opinião) dos fatos sem teatralizar a vida, reconhecer-se humilde ante as próprias falhas… e, claro, tentar errar menos, cada vez menos.

Qual a nossa posição intuída?

É errando que aprendemos. Mas, oh decepção: os homens nunca aprendemos o suficiente com os erros. Muitos erros!… É uma tristeza que não nos absolvemos do erro, responsável pela evolução individual, obrigatória em conscîência. Podemos errar sem querermos e podemos errar espontaneamente (é isto, espontaneamente!), devendo haver uma punibilidade por isso. Embora envidemos esforços para acertar, não nos torture o erro. Mahatma Gandhi pedia “forças para aprender no fracasso”, devendo entender-se com isso que não importa competir. Perder, sim: na derrota é que se fortalece a personalidade e que se ceva o caráter. É a partir do desacerto que se compreende o que é preciso fazer para, ao fim e cabo, tornar-se vitorioso.

No caminho, quando tropeçamos e caímos, caímos pelos que caminham atrás de nós, alertando-os contra a pedra traiçoeira.

O crescimento é um processo de ensaio e de erro. De experimentação. Os experimentos mal sucedidos são parte do processo, assim como experimentos, que funcionam em última análise.

Estamos matriculados numa escola de tempo integral, chamada “vida”. Ali, há lições a serem introjetadas e compartilhadas, numa tarefa infinda.

A prática da vida gera erros e acertos. Enquanto o acerto se potencializa, o erro se crema.

Evoluímos a cada acerto. Ao reincidirmos no erro, autenticamos o nosso lado humano, normal e próprio, cujo equilíbrio não é um ponto: é uma faixa onde nos balançamos de um lado para outro, sem cair.

A etimologia de “ler”

Ler é um verbo com etimologia instigante.

Senão vejamos.

No latim vulgar, legere significava “(es)colher grãos de um cereal” – atividade própria do homem da terra. Depois – ainda no latim -, passou a ter o sentido de “fazer a leitura”, que é sempre, figurativamente, “uma colheita de letras”.

Quem lê, vira “inteligente” – de inter, entre, e legere, ler -, indo além do literal, captando o que está subjacente, nas entrelinhas.

A leitura amplia o vocabulário e mostra o correto uso de cada palavra. Em relação ao vocabulário, entrou no refraneiro da língua de Cícero o verso horaciano est modus in rebus (in Sátiras de Horácio 1,1,106), que, traduzido para o vernáculo, ensina que “existe uma medida nas coisas”. Sabe-se ainda que outros versos de sua sentenciosa poesia viraram provérbios nas línguas modernas, preservando-se originais uns e transformando-se outros.

A leitura ajuda também a elaborar o raciocínio de forma silogística perfeita; mostra o emprego da coordenação e da subordinação, a mescla das mesmas, com objetividade e clareza na soma de idéias, nas argumentações contrastantes, em causa e efeito; enfim, apresenta a diversidade de estilos e de formas na riqueza da linguagem, o mais poderoso meio de comunicação.

Nas diversas situações comunicativas e na escrita – esta, exarada na multiplicidade de textos nos diferentes gêneros literários -, a língua necessita usar linguagens, códigos e suas tecnologias com múltiplas finalidades, como: informar, divulgar, descrever, convencer, entreter… Enquanto caráter de linguagem, a língua faz-nos voltar à ideia de pátria, de nação. Como disse Camões: “Minha pátria é a língua portuguesa”.

O idioma presta-se, ainda, para aproximar o ser humano de seus iguais e ajuda a acalentar sonhos, a pensar, a imaginar (aliás, é exatamente a questão da imaginação o ponto que nos interessa).

Lê-se por prazer; lê-se para saber (sapere, do latim, “saborear”, “sentir o sabor de”); lê-se para sentir o sabor da cultura, conhecer o orbe, viajar pelo tempo e pelo espaço; lê-se para dominar o texto (textus, do latim, “tecido”, “pano”, “contextura”).

É de texto em texto que nos apropriamos, passo a passo, do imenso “mosaico do contexto”.

Razões para ler

Nunca é bastante insistir que há de se declinar da cessação do livro e da leitura, sobretudo, quando se manifesta a obviedade mais velha que a Bíblia: as histórias nunca vão acabar.

São os livros que nos conduzem ao conhecimento de novas culturas, permitindo entendermos melhor a realidade e desenvolvermos uma visão crítica do universo, onde todos nós estamos conectados; são os livros que aumentam nossa capacidade de aceitarmos e estarmos vinculados também com o outro, cada um com suas fraquezas e forças, de ouvirmos a opinião divergente … enfim, são ainda os livros que contribuem, sobremaneira, para aperfeiçoarmos nossa fala e escrita e usarmos a linguagem como o nosso maior patrimônio individual e profissional.

A leitura não é uma atividade passiva ou estéril: é uma forma de ver o mundo na janela aberta para a formação, ou uma utilidade proporcional à medida da atitude mental do leitor, incitando sua criatividade, imaginação, inteligência e capacidade verbal e de concentração. Ela não visa apenas seu aperfeiçoamento profissional, visa também seu espírito – por uma carência visceral – como algo que está além da cultura.

A leitura dirige o olhar fixamente para a aprendizagem – ato de adquirir experiência – e seu compartilhamento. É no compartilhamento que reside a sabedoria, esta que, na ótica de Proust, “é uma conquista intransmissível”.

Na classe, quando a leitura vale uma cobrança para o aluno, é um múnus enfadonho. Quando, porém, lhe esticar os horizontes, o fizer enxergar além e ensejar à sua alma sorver, guloso, o néctar do saber, ser-lhe-á um bem aprazível. Então, em tais condições, esse aluno “sábio” encontra-se relacionado com o termo Erfahrung, “experiência” (que traz em seu radical fahr, “travessia”, “viagem”). O conceito de sabedoria, mais abrangente no sentido religioso, consiste no discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas.

Ninguém aprende a ser sábio apenas lendo.

Em seu livro “Ler por Dentro”, o autor lembra que, no século 19, a leitura tornou-se enfadonha após suas mudanças de ritmo, seguidas pelo monopólio das imagens. Tendo de suportar a música clássica e a contemplação dos objetos visuais, a leitura exigiu um certo distanciamento dos leitores.

Quem muito conhece, procura sempre algo novo e instigante a aprender.

O conhecimento é paradoxal: quando queremos respostas, encontramos perguntas. Porque nos liberta, temos precisão dele. Também do amor, porque aperfeiçoa o espírito.

Potencialmente ou de fato, almejando conhecer (mesmo para atenuar preconceitos), o ser humano habilita-se a ser “sábio”. Então, o que se lhe é propiciado, com um jeito novo, é que perceba um universo infindo de informações, onde a sabedoria (mais valiosa do que o conhecimento e a formação acadêmica) é o espelho de sua vivência. Do que muito sabe, diz-se que ouve ou pergunta; do que pouco sabe, diz-se que fala palpitando. Donde – parodiando o trocadilho de Rubem Alves – se depreende que, enquanto os conhecimentos nos propiciam meios para viver, a sabedoria nos dá razões para viver.

É preciso propor um novo tipo de literatura, sobretudo, às crianças e aos jovens, a fim de despertar sua capacidade lingüística, que se constitui no fundamento cognitivo determinante para seu bom desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento, onde a literatura tem uma missão formadora diferente da função conformadora.

A liberdade de escolha é uma das convicções mais profundas da pessoa.

Primeiramente, exercemos um espaço de liberdade quando lemos. Pode a leitura ser um diálogo entre duas mentes. O leitor – cuja consciência é guiada pelos ritmos da emoção e do pensamento presentes no texto -, quando atento, interage com os padrões de vibração mental e espiritual do autor e se posiciona pelo que este lhe propõe. Permanecendo na escuta por algum tempo, livre, ele pode discutir, interpelar, contestar, opinar etc.

Depois, a leitura – mais que a televisão e as formas de diversão assemelhadas -, é um exercício neuronial. Quando desarmonizados, os neurônios preferem as demais diversões às borbulhantes fontes e aos fluentes rios.

Por fim, a leitura é uma criação pessoal. Somos levados a produzir nossas imagens extraídas de nossa imaginação-moinho – “coagida” que está a moer a própria farinha e a fazer seu pão.

Tal qual o ensino de qualidade, a afinidade do público com a leitura é um pressuposto para uma nação interessada na expansão econômica e distribuição dos resultados obtidos. Quanto mais a população estiver afeita à leitura, maior será seu nível de informação.

Entre as muitas razões em favor da leitura, uma é irresistível, a melhor e a mais agradável de todas: o prazer.

Se a humanidade deixasse de ler, o mundo se tornaria tedioso… e depressivo. Profundamente depressivo.


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