Postado por Antônio Carlos Tanure
A Potência Da Vibração Sonora – Primeira Parte
De Virginia Bernardes
(vigb2012@yahoo.com.br) – Outubro/2013
Nesta série de artigos vamos apontar, investigar, e discutir as intervenções ocorridas nas bases da música ocidental desde os tempos distantes de Pitágoras, até os nossos dias. Observaremos as transformações realizadas na matéria prima da criação musical, ou seja, no som de frequência definida. Veremos como essas intervenções tem influenciado os sistemas musicais ocidentais e como vem determinando referenciais apartados da natureza intrínseca do som pelo distanciamento de padrões universais, o que pode gerar consequências nos seres humanos.
Vivemos imersos num mundo que é sonoro. A vivência sonora é cotidiana e quase que ininterrupta, já que o silêncio absoluto em nossa sociedade contemporânea é praticamente impossível. Desde os sons da natureza, passando pelos ruídos artificiais característicos do cotidiano das sociedades urbanas, e chegando à organização sonora e temporal da linguagemartística conhecida como música, estamos o tempo todo cercados de sons.Mesmo os que não podem ouvi-los, podem senti-lo, pois som é antes de qualquer coisa, vibração.
De modo geral o som é um fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material ou elástico, especialmente o ar. Os sons que ouvimos no nosso entorno são produzidos dessa forma, mas suas vibrações geram frequências indefinidas ou inconstantes.
Para que algo soe e emita uma frequência definida, precisa ter um corpo que de alguma forma pulse, oscile, ou seja,matéria que vibre de forma cíclica. É o que ocorre nos tubos dos instrumentos de sopro, nas pregas vocais em nossa laringe,com as cordas dedilhadas de um violão, friccionadas pelo arco num violino ou percutidas como as de um piano.Mesmo nos instrumentos amplificados ou nas sínteses de som, os princípios de sua geração mantem-se os mesmos. Ou seja, para que seja reconhecido como nota musical, o som precisa de matéria ou de procedimentos que sejam capazes de criar oscilações cíclicas de forma a estabelecer uma frequência definida – ciclos por segundo medidos em Hertz.
Para que se compreenda a relevância do que estamos dizendo, vamos observar as potencialidades desse som que gera uma determinada frequência.
Ernest Chladni (1756 a 1827) foi um dos primeiros a estudar as “figuras sonoras” que resultavam da interação entre som e substâncias. Quase dois séculos depois, Hans Jenny (1904-1902),criou a Cimática, ciência que estuda as relações entre som e formae a capacidade deste de gerar e organizar figuras geométricas em materiais sólidos granulares, tais como areia e licopódio, líquidos como água ouviscosos como o óleo. Tais estudos, ampliados posteriormente porLautervasser (1947), já naquela época, evidenciavam concretamente a moderna e atual concepção da natureza vibracional do mundo.
Nos vídeos abaixo podemos ver a atuação de frequências sonoras sobre esses materiais.São obtidos desenhos geométricos diversos que se modificam e tornam-se mais complexos na medida em que as frequências sonoras se tornam mais agudas.
Recentemente as pesquisas de MasaruEmoto revelaram a capacidade do som de criar formas geométricas complexas nas moléculas dos cristais de água congelada e exposta a estímulos musicais. No exemplo abaixo veremos, em tempo real, essas formas sendo criadas e transformadas na medida em que a música é tocada. (Tema da Sinfonia do Novo Mundo, AntoninDvorak)
Mas, da mesma forma que o som cria, organiza e constrói formas, ele pode também destruí-las. No exemplo abaixo temos um experimento realizado em laboratório que mostra a potencialidade destrutiva do som, num evento que demonstra os fenômenos de consonância/ressonância.
Fica claro então que o som de altura definida, mais conhecido como nota musical, e que é uma frequência definida em Hertz, pode exercer influência real, concreta e verificável sobre os níveis micro e macro da matéria, desde suas partes constituintes–moléculas, partículas subatômicas,até sua estrutura de aparência visível.
Observando que somos constituídos por 70% de água e que esse elemento é excelente condutor de energia podendo ser instantaneamente alterado pelas frequências sonoras, fica evidente a vulnerabilidade do ser humano à vibração sonora.
A interação que vimos acontecer entre som e matéria nos níveis macro e microscópico nos afeta da mesma forma, já que somos organismos vivos, imersos em fluidos variados cujo solvente é a água.
Sendo assim, as frequências sonoras que traduzam conexões ligadas à matemática universal nos farão vibrar em consonância com o que é belo e bom gerando saúde emocional, física e mental? E, se ao contrário, estivermos submetidos à frequências sonoras excêntricas, distorcidas, incompletas ou alteradas? O que pode ocorrer conosco? Estas e outras questões nos instigam a buscar um conhecimento milenar que está aí de forma velada, fragmentada e truncada.
As práticas musicais atuais, corriqueiras ao músico e ao ouvinte são executadas e apreciadas de maneira automática, sem nenhum questionamento, pois tornaram-se convencionais no mundo ocidental. No entanto, seus fundamentos estão alijados dos princípios da matemática universal, sobre a qual o som e em decorrência a música estão fundamentados.
Os sons e sistemas musicais originários ligados à matemática universal, podem ser retomados e, talvez, sob uma nova perspectiva, possam vir a ser uma alternativa interessante.
(A continuar …)
Para saber mais:
https://www.youtube.com/watch?
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