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Cura e autocura

Cura e autocura

– A Medicina de Cristo –

De Cássio José Eduardo (rjoyceblanco@uol.com.br) – em agosto de 2010

Trabalhar com a energia de cura é uma honra. Resume-se especificamente em ajudar as pessoas encontrarem o equilíbrio e com ele o caminho da felicidade, que é trilhado por elas mesmas. Não deixa de ser também um grande desafio, porque muitas vezes nós desejamos a cura, contudo, não estamos dispostos e convencidos de que somos inteiramente responsáveis, para que ela se concretize. Digo isto apoiado no provérbio que diz “mente sã e corpo são”.

Acredito que em muitos casos somos os grandes vilões das enfermidades que nos assolam. No momento em que optamos por odiar, maldizer e guardar rancor, mágoas, revoltas, como também comer e beber em demasia, etc., nós comprometemos nosso corpo energético e consequentemente o nosso corpo físico, colocando-o em uma freqüência destrutiva.

Não é difícil encontrar casos em que pessoas reclamam de dores, mal estar e angústias. Nelas são percebidas várias enfermidades e ao serem energizadas, é detectada a causa primordial: mágoas, rancores. E o mais interessante é que quando são convidadas a perdoar para que comecem vivenciar o processo de cura, inicialmente demonstram espanto, porque a maioria delas não é capaz desse gesto. Muitas dessas pessoas vão de imediato negando, que o não perdão seja no fundo a causa de seus sofrimentos. Elas não sabem “mexer em suas feridas” ou não estão dispostas curá-las. Então fica a seguinte pergunta: como querem ser curadas?

Não estamos com estas explanações afirmando que todas as doenças têm origem nos planos energético, mental ou espiritual, mas até aquelas que originam de fatores externos, são passíveis de serem eliminadas com eficácia.

Ao trabalharmos com a Medicina de Cristo vivemos a interação com o campo energético das pessoas, podendo até a certa distância sabermos quais são os seus conflitos, medos e anseios. Esta nossa percepção acarreta também uma grande responsabilidade em relação a essas pessoas, porque devemos saber muito bem direcioná-las. Um verdadeiro exemplo do exercício dessa habilidade encontramos no Evangelho (Lc 7, 1- 10), quando JC cura à distância o servo do centurião, como uma forma de se curar através de Sua intercessão.

Após detectarmos a nossa habilidade de cura, outro aspecto importante que devemos levar em conta, é não termos dúvida que a possuímos, é crermos firmemente em nós mesmos, para que possamos colocá-la em prática, porque não tem sentido não usar desse dom, já que a finalidade do mesmo é ser compartilhado.

Progressivamente, devemos energizar plantas, animais e a seguir crianças e adultos, observando os resultados. É pelo método das tentativas, observando acertos e erros, catalogando vários resultados, que vamos “vendo” através de nossa habilidade e, quando vamos também, vivendo a aparente contradição no: “dê o que tens e terás em dobro“.

É muito importante ao executarmos nosso trabalho voltado à cura, que tenhamos certo conhecimento de anatomia, da medicina tanto convencional quanto da alternativa, sem deixar de lado a ética em todos os seus aspectos. O assistido que estamos atendendo, muitas vezes já passou por vários médicos e tem certa idéia do que está ocorrendo em seu organismo, portanto quanto mais conhecimento possuirmos, passando-os para ele neste momento, mais vamos deixá-lo confiante e, isso é bom.

Muitos assistidos estão condicionados à imposição de nossas mãos como agentes de cura, para que tenham certeza que estão sendo curados e ainda, têm a necessidade que os escutemos em seus desabafos, antes ou depois da energização. Enfim, é muito importante como agentes de cura, que tenhamos a devida consciência deste momento, para que possamos pacientemente ouvi-los e também orientá-los.

Os agentes de cura devem sempre lembrar que não é o tempo ou o ritual de energização que proporcionará a cura buscada e que é necessário tanto o nível de consciência ou de fé dos assistidos quanto também o seu. Os agentes de cura em relação aos assistidos funcionam apenas como potencializadores e direcionadores de energia. A cura realmente se dá pelo Desejo (Fé) dos assistidos.

Em uma passagem bíblica JC cura um cego de nascença (JO 9, -8). Ele antes daquela ocasião já havia também curado muitos outros sem a necessidade de artifícios ou rituais. Então, qual é a lógica neste caso senão uma carência do enfermo? JC bem sabia que poderia curá-lo apenas com uma palavra ou com um simples gesto, mas boa parcela da população naquela época necessitava (e ainda necessita até hoje) de rituais, Assim, ele compreensivelmente se dispôs realizá-los. Quando necessário devemos desta maneira também nos comportar.

Precisamos elevar nossa consciência, para que tanto nós agentes de cura como os assistidos entendam que basta uma palavra, uma frase ou um toque para que a cura aconteça. Um exemplo significativo é a ressurreição de Lázaro. Apenas uma frase bastou para trazê-lo à vida: “Lazaro venha para fora” (JO 11,1- 44). Também esta mesma situação aconteceu quando JC ressuscitou a filha de Jairo, apenas dizendo: ”Talitha kum”, que quer dizer menina levante (Mt 15,21-28). Foram poucas as vezes que JC usou de pequenos rituais para realizar curas, como pequenos reforços e como atitudes óbvias ainda ao nível da consciência de cada uma daquelas pessoas.

É muito importante que utilizemos de todas as nossas habilidades, para que possamos detectar uma enfermidade e, consequentemente, saná-la. Alguns agentes de cura são dotados da habilidade (extra-sensorial) da pré-cognição por “ver” o futuro ou da retro-cognição por “ver” o passado. Outros conseguem “ver” os órgãos internos do assistido, “funcionando” como se fosse um aparelho de Raios-X e também perceber o seu campo eletromagnético corpóreo com os seus centros energéticos. Existem ainda aqueles agentes de cura que em sua tela mental percebem/”vêem” uma cena, frase, imagem e, com essa sua habilidade conseguem interpretar o que ocorre.

Existem aqueles que conseguem conversar com os Seres Ultradimencionais, que interagem nos planos intermediários dimensionais e são eles que apontam os problemas que afligem o enfermo, quando não exercem diretamente a sua cura. Existem também agentes de cura que trabalham no plano extra-físico. Enfim, existem ainda muitas outras freqüências, que nelas os agentes de cura atuam. Elas são tantas, que é um pouco difícil de serem catalogadas.

São muitos os caminhos na busca da cura, como já foi dito acima. Portanto, cada um deve desenvolver o seu próprio método, na medida em que for despertando a sua habilidade extra-sensorial. Todavia, ele deve sempre lembrar, como essa habilidade foi lhe dada para o exercício de seu compromisso, deve desejá-la em abundância, para usá-la em benefício de seus semelhantes.

Os agentes de cura não devem se intimidar, pensando: quem vê os órgãos internos é o individuo (A), quem tem pré-cognições é individuo (B) e quem fala com os Seres Ultradimensionais é o individuo (C). Devem apenas pensar em utilizar da melhor forma possível a sua habilidade, despertando o desejo de multiplicá-la, para que possam cada vez mais servir os outros.

Eles precisam acessar, ainda que seja por apenas alguns instantes durante o dia, a Freqüência do Amor Multivibracional, para que ao senti-La, possam exercer a sua habilidade com destreza e zelo, não fazendo distinção das pessoas. Por mais que já saibamos que vivemos sob as limitações da terceira dimensão, que nosso planeta é de provas e de expiações, que vivemos em meio de violências e de atrocidades, não podemos perder a esperança. Devemos nos impulsionar pelo Sentimento do Amor Universal. Devemos nos direcionar no sentido da evolução, nos permitindo ser conduzidos por este Amor – pelo Amor de Deus.

Por mais que a língua portuguesa seja rica, mesmo assim quando referimos à palavra Amor, ficamos em relação a ela com entendimento limitado. Palavras têm o objetivo de expressarem idéias e sentimentos. Mas, quando escutamos a frase: “eu te amo”, fica-nos sempre a seguinte pergunta: “de que forma”? São tantas as maneiras de entendê-la, que ao escutarmos esta frase, ficamos perdidos, realmente sem entendê-la.

A língua grega em relação à palavra Amor é mais abrangente, definindo melhor o Amor em três níveis: Héros, Filos e Ágape, o que facilita significativamente a compreensão deste sentimento. Héros relaciona-se ao amor em sua sexualidade, Filos em amor fraterno e Ágape ao Amor Divino ou Multivibracional.

Se não amarmos nosso planeta e tudo o que nele existe, não teremos condições de suportar afrontas, superar preconceitos e, consequentemente, de realizarmos o que é entendido pela ciência atual como “o impossível” e para as religiões como “o milagre”. Foi do Amor Multivibracional que JC falou a Pedro após sua ressurreição.

Os agentes de cura precisam ser pessoas sensíveis, para que possam observar os sinais mais sutis do Cosmo, do planeta Terra e dos seus parceiros de outras realidades, porque só assim, poderão diagnosticar bem aquele que está sendo assistido. Eles devem ter a sensibilidade aflorada até ao nível de interpretar o revoar dos pássaros, da brisa leve que passa e da chuva que não molha e possam depois de perceberem essas sensações, terem o discernimento do que irão fazer.

É importante ainda, que antes eles estejam curados de seus males, porque é difícil servir estando enfermos. Como podem agir imparcialmente, se mágoas, preconceitos, discriminações e todos outros tipos de doença estiverem ainda afligindo seus corpos e criando bloqueios, que não os permitem ter uma boa interação com o assistido? Estar bem consigo, se sentido “belo” por dentro e por fora, deve ser o objetivo das pessoas que trabalham com cura. Aquele que ainda não se sente suficientemente ”belo”, deve antes pedir ajuda à quem possa, para que ao ser curado, possa também servir bem.

As enfermidades por mais simples que sejam, causa-nos bloqueios, portanto não podemos permitir que elas nos façam parar, que não façamos o nosso compromisso.

Onde existe elevação de consciência não há espaço para superstições, portanto devemos elevar o nosso padrão consciencial. Esta é outra meta que devemos alcançá-la, para que “não construamos arsenais” contra diversos tipos de males, como usar arruda, pé de coelho, sal grosso, alho, água benta, crucifixo e três pedras discóides, etc., como muitos entre nós ainda deles utilizam.

Aqueles que acreditam nestes arsenais, deixam de ser agentes de cura e passam ser somente símbolos ou amuletos, submetendo-se a uma inversão de papéis. Estas crendices nos mostram o quanto ainda nós devemos evoluir, para que consigamos realizar o que é chamado por muitos de “o milagre”. Comprometendo-nos com a tarefa de agentes de cura, temos que ter a plena certeza, que esta habilidade nos foi confiada e, por essa razão, nós somos apenas dela depositários.

Nos trabalhos de cura não doamos nossa energia, mas utilizamos daquela que recebemos de nossos parceiros de outras realidades. Se a doássemos ficaríamos fracos e até mesmo doentes. Potencializamos a energia das pessoas com a ajuda da que recebemos e, por isso, que não sentimos esgotados, mesmo quando atendemos varias pessoas em um mesmo dia.

Em relação à autocura citamos a frase que fica na porta do Oráculo de Delfos, na Grécia e que é atribuída a Sócrates: “conheça a ti mesmo”. Um dos motivos do surgimento das doenças em nosso corpo energético e físico é o não conhecimento de nós mesmos. Este auto-conhecimento é necessário, porque quando uma situação desagradável se aproximar, poderemos senti-la pela nossa intuição. Teremos antes a condição de anulá-la, não deixando que toda e qualquer conseqüência interfira em nosso corpo emocional ou físico. Quando não temos o conhecimento mais aflorado de nós mesmos, somos mais atingidos pelos males, que nos cercam em nosso dia a dia.

Percepção extra-sensorial! Ela está como experiência em nosso cotidiano. Ao toque do telefone, já não sabemos às vezes mesmo antes de atendermos ao telefone, quem está nos procurando? Também quando a campainha da porta é tocada, já não sabemos muitas vezes quem está chegando? Ou quando pensamos em alguém, logo em seguida esta pessoa aparece à nossa frente? São tantos os exemplos de nossas percepções, que poderíamos citar muitos outros, mas fiquemos apenas nesses.

Quando temos essas sensações, estamos desenvolvendo em nossos corpos reações químicas e físicas, criando impulsos eletromagnéticos em nosso cérebro e, consequentemente, provocando um “trabalho acelerado” em todas as nossas glândulas. Nestes instantes estamos provocando sensações diversas, aguçando e alterando os nossos cinco sentidos, ao ponto de nos despertarmos para novas realidades e sensações.

Estamos conectados ao Cosmo, ao planeta em que vivemos e às pessoas. Não somos em hipótese alguma mesmo como indivíduos seres isolados. As nossas sensações são aparentemente os resultados do emaranhado de nossos circuitos neurais.

Talvez isto explique a nossa capacidade de captar as sensações de muitas pessoas durante o dia, no ônibus, no metrô ou mesmo no trabalho. E se não tivermos discernimento e equilibro emocional, podemos acreditar que essas sensações são nossas e, delas já tomando posse, podemos até adoecer.

Somos muito mais do que imaginamos ser. Vivemos letárgicos descrentes de nós mesmos. Fomos levados a este longo processo de alienação e, por isso, nos tornamos tão vulneráveis às doenças – mas, tudo isso poderá ser revertido se nos apropriarmos de nossas vidas, como de fato devemos fazer.

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