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Em direção aos Universos Paralelos

Em direção aos Universos Paralelos

A pergunta instigante que ultimamente é feita no meio cientifico tendo em vista os últimos conhecimentos da física, como uma civilização avançada poderia em um dado momento em seu futuro alcançar um Universo Paralelo, saindo deste Universo (físico) que está fadado acabar? Seria através de um “buraco de minhoca”?

Como este Universo está fora de controle em processo acelerado e desenfreado (esticando), toda vida que nele existe se verá diante da perspectiva de seu fim através de um grande congelamento. E antes que esta catástrofe universal aconteça civilizações que nele se encontram, precisam fazer uma viagem sem volta indo para um Universo paralelo.

Desde a década de 20 os cientistas já sabiam em que o Universo está se expandindo, mas ainda acreditavam na medida em que o Universo envelhecia, essa expansão desacelerava.

Entretanto, em 1998 astrônomos do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e da Universidade Nacional Australiana calcularam o grau desta expansão, através de dezenas de explosões poderosas de supernovas em galáxias distantes que eram capazes de iluminar o Universo inteiro e, os dados colhidos foram espantosos. Eles permitiram saber que alguma força desconhecida estava distanciando as galáxias e provocando aceleração do processo de expansão do Universo.

Os físicos então refizeram muitos de seus cálculos matemáticos e se deram conta de que alguma “energia escura” de origem desconhecida, algo semelhante à “constante cosmológica” de Einstein, estava agindo como força antigravitacional.

“Aparentemente, o próprio espaço vazio contém energia escura repulsiva suficiente para fazer o Universo expandir até explodir. Quanto mais o Universo se expande, mais energia escura existe, o que o leva a expandir ainda mais rapidamente, num processo que se intensifica sem parar” – Michio Kaku.

Em 2003 em sua orbita de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, o satélite WMAP (Sonda de Anisotropia de Microondas de Wilkinson) detectou a fraca radiação de microondas que banha o Universo. Este aparelho é tão sensível, que foi capaz de fotografar com detalhes minuciosos o brilho provocado pela radiação de microondas que sobrou do Big Bang.

Este satélite que estabeleceu oficialmente a idade do Universo em 13,7 bilhões de anos, ele também forneceu dados que indicavam a energia escura não era mera anomalia.

Os últimos dados científicos mostraram que Universo alem de ser constituído por 73% de energia escura, ele é também formado por 23% de “matéria escura, uma forma bem singular de matéria que é invisível, mas que contem massa. O hidrogênio e o hélio compõem 4% dela e os demais elementos apenas 0,03%.

O mais interessante é que a maior parte da “matéria escura” não é feita de átomos, portanto contrariando o que é ensinado nos livros de química, maior parte do Universo não é composta de átomos.

À medida que o Universo se estende, o seu conteúdo energético vai diluindo e a sua temperatura vai também tendendo para quase o zero absoluto, quando então até mesmo os seus átomos irão parar de mover. Será a desordem ou caos total do Universo, que proporcionará a sua morte.

Uma das leis imutáveis da física é a segunda lei da termodinâmica e de acordo com ela tudo acaba por se esgotar. As estrelas esgotarão o seu combustível nuclear e o próprio Universo se esgotará, na medida em que as temperaturas forem caindo de maneira uniforme, para quase zero.

Em um futuro distante a última estrela vai deixar de brilhar e o Universo inteiro será recoberto de destroços nucleares, estrelas mortas de nêutrons e buracos negros. Entretanto, mesmo que as leis da termodinâmica e da cosmologia sinalizem a destruição de todas as formas de vida deste Universo, ainda existe uma saída possível?

“É uma das leis da evolução que, quando muda o meio ambiente de maneira radical, a vida deverá se adaptar, fugir ou morrer. A primeira alternativa parece impossível. A última é indesejável. Isso nos deixa com uma escolha: deixar o Universo” – Michio Kaku

A teoria da relatividade geral de Einstein prevê a existência de “buracos de minhoca” ou de “portais”, que interligam universos paralelos, mas ainda não tem a certeza se correções à teoria quântica possibilitem ou não uma viagem desse tipo.

A teoria quântica e a teoria da relatividade de Einstein são opostas, com a primeira relacionada ao mundo do muito pequeno, com o reino subatômico peculiar dos elétrons e quarks e, com a segunda associada ao mundo do muito grande – dos buracos negros e dos universos em expansão.

A teoria da relatividade não explica o instante do Big Bang, quando o Universo era menor do que uma partícula subatômica. Naquele instante poderia prever que efeitos de radiação predominassem sobre a gravidade, mas então, precisaria de uma descrição quântica da gravidade.

Um dos maiores desafios da física atual é o de unificar essas teorias numa única e coerente teoria de todas as forças.

Os físicos estão em busca “Teoria do Tudo” com muitas propostas já feitas e a teoria mais largamente aceita no momento é a Teoria das Cordas.

A versão mais recente da Teoria das Cordas é a Teoria-M, que procura dar respostas para a idéia da existência de várias dimensões, mas onde elas estão?

De acordo com esta teoria algumas das dimensões superiores podem ser de tamanho maior ou mesmo infinito, sem precisar “dobrar ou embrulhar” seis das dez dimensões originais, de modo que sobrasse o Universo tetradimensional de hoje.

Dando um exemplo desta idéia, imagina duas folhas de papel paralelas bastante compridas e em cada uma delas estivesse uma pequenina formiga. Cada um destes insetos pensaria que sua folha seria o Universo inteiro e desconheceria a existência de outro Universo bem próximo. Cada formiga levaria sua vida sem ter noção da existência do outro Universo poucos centímetros de distância.

Voltando-se para a realidade humana, este Universo pode ser uma membrana que flutua num hiperespaço de 11 dimensões, com os seres humanos desconhecendo os Universos paralelos que estão próximos deles.

Pela atual versão da cosmologia baseada na Teoria-M este Universo é uma membrana plana e infinita, que flutua num espaço de dimensão superior.

Existe intenso interesse dos meios científicos pelas dimensões superiores geradas pela Teoria das Cordas. E esse interesse está chegando aos poucos até o mundo da física experimental.

Na Universidade do Colorado, em Denver foi feito o primeiro experimento para procurar a presença de um Universo Paralelo. Os físicos buscaram minúsculos desvios da lei da gravidade de Newton.

De acordo com a lei de Newton a gravidade também se espalha e se reduz no espaço. Mas, em um Universo tetradimensional existe mais espaço para a luz e a gravidade se espalharem, de modo que elas decrescem ao inverso do cubo da distância. E foi procurando desvios minúsculos da lei do inverso do quadrado, a tentativa de captar a quarta dimensão, com resultados nulos até agora através destes experimentos.

Através do LHC (Grande Colisor de Hádrons) os físicos estão também pesquisando no sentido de encontrar novas partículas subatômicas que não eram vistas desde o Big Bang e talvez, possam ter através deste novo campo de pesquisa respostas que tanto procuram, quando eles aplicam através desta tecnologia a gigantesca energia de 14 trilhões de elétrons-volts sobre partículas subatômicas.

Por volta de 2012 será posto em órbita o detector Lisa (Antena Espacial de Interferômetros a Laser) de ondas gravitacionais.

Esta outra tecnologia quando colocada no espaço será capaz de detectar as ondas de choque gravitacional emitidas menos de um trilionésimo de segundo após o Big Bang. Ela será capaz de medir distorções com diâmetro equivalente a um décimo de um átomo, portanto será possível testar muitos dos cenários que estão sendo propostos para o Universo anterior ao Big Bang, incluindo a Teoria das Cordas.

Infelizmente, a energia necessária para manipular essas dimensões superiores está muito além de qualquer coisa que o ser humano terá à sua disposição em um futuro previsível. Para operar nesse nível será exigida uma tecnologia própria de uma civilização super avançada.

Os astrofísicos freqüentemente utilizam a classificação de civilizações tipos 1, 2 e 3 introduzida nos anos 1960 pelo astrofísico russo Nikolai Kardashev. Esta classificação é de acordo com o seu consumo energético.

Uma civilização do tipo 3 que é considerada nesta classificação a mais avançada, ela usando a plena potência de seus recursos galácticos, poderá fugir do grande congelamento previsto para este Universo.

Entretanto, como o grande congelamento provavelmente ainda está bilhões de anos no futuro, haverá tempo para uma civilização do tipo 3 se constituir e planejar a única estratégia consistente para se salvar de acordo com as leis da física, ou seja, deixar este Universo descobrindo primeiro as leis da gravidade quântica, que podem ou não ser a Teoria das Cordas.

Essas leis serão imprescindíveis para calcular diversos fatores desconhecidos, tais como a estabilidade dos “buracos de minhoca” que conectam um Universo a outro e qual a aparência destes Universos Paralelos. Para uma civilização avançada alcançá-los terá primeiro possuir estes conhecimentos, para depois já sabendo como fará isto e já conhecendo o que existe do lado lá, fazer possivelmente uma viagem apenas de ida.

Lagoa Santa/MG-BR, 26 de março de 2012.

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 Texto de Antônio Carlos Tanure

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