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Esclarecimento

Esclarecimento

De Rosângela Carvalho Ferreira (rfcarvalho27@yahoo.com.br) – Outubro/2008


Tendo participado de um trabalho de grupo, como uma entre os 14 coordenadores, desenvolvido no Trabalho de Campo de Mateus Leme, MG-BR, em setembro, senti a necessidade de trazer a público algumas considerações na esperança trazer alguma luz sobre dúvidas ou mal entendidos que possam ter surgido sobre o propósito de nossas atividades, salvo melhor juízo ou entendimento.

Quando nos foi apresentada a proposta de trabalho e a conduta a ser encaminhada em cada grupo, discutimos e refletimos como abordaríamos cada um dos membros de nossos grupos e quais seriam as informações e esclarecimentos sobre a atividade a ser desenvolvida. O exercício consistia em dividir cada grupo em dois e em dar a cada um uma tarefa inusitada a ser cumprida, sem que tivessem consciência da razão ou motivo subjacente para executá-la. Ainda, sem que soubessem, as ações da metade dos participantes seriam conflitantes com as ações da outra metade. E para conseguissem seu objetivo, deveriam fazer uso da “magia do olhar”, principalmente porque o tema de estudo em questão no atividade de campo era exercitá-la. Por isso, a dinâmica do exercício proposto colocava-nos a todos em uma situação real de conflito de valores e de reflexão sobre nossa conduta relacionada a esses valores, numa situação de fato. Em princípio, o exercício é riquíssimo e sabíamos, de antemão, que provocaria uma diversidade bastante acentuada de reações e, até às vezes, poderia surgir alguma tensão maior.

Pessoalmente, considero o exercício bastante enriquecedor porque nos colocou em uma situação em que tivemos que fazer escolhas e que tivemos tomar decisões usando nossa magia do olhar sustentados pelo nosso bom senso, nosso discernimento dos fatos, nossa clareza de espírito e nosso código de ética pessoal. Enfim, tivemos que usar dos pilares fundamentais de nosso caráter. Sem eles, nosso olhar pouco sustenta, nossa vontade é fraca e nossa insistência pouco convence. Esse exercício valeu porque pôs em cheque ações conflitantes dentro de nós mesmos: sermos flexíveis e ceder ou sermos dignos da confiança em nós depositada e nos mantermos irredutíveis? Independentemente da conclusão a que chegamos, o fato de termos vivenciado essa situação com intensidade, por si só, já nos trouxe um grande benefício, uma sacudidela na certeza de nosso comportamento que, para nós, muitas vezes, nos parece claro e resolvido. Sermos vulneráveis à influência de outros, sermos inflexíveis, compreensíveis ou não, sermos fracos de caráter, maleáveis, confiáveis etc., tudo isto é um pouco de todos nós, em menor ou maior proporção. E para nós, dimensionais, mais importante é refletirmos sobre como “estamos” nesta planeta. Estamos acordados? Estamos alertas? Estamos para o serviço?

Quando, ao terminarmos nosso exercício, nos reunimos no salão para avaliação dos resultados, cada um de nós, coordenadores, expusemos a todos o processo pelo qual passou nosso grupo, bem como, quais foram as reações mais interessantes entre os participantes que, também, foram convidados a dar seu depoimento. Porém, nesse momento, houve algumas conclusões equivocadas sobre o depoimento de um dos coordenadores, o que veio a causar má interpretações posteriores, gerando alguma confusão que , a meu ver deve ser esclarecida, para que o exercício possa, de fato, cumprir seu objetivo e contribuir para ajudar-nos em nosso crescimento. Na nossa avaliação, foi usada a palavra astúcia, a qual gerou interpretações equivocadas. Creio, sem dúvidas, que não foi usada no sentido de “habilidade para o mal e (ou) malícia”, um de seus significados e o mais comumente empregado. Porém, a palavra astúcia foi usada em seu significado mais nobre, o de “sagacidade”. E a sagacidade é a qualidade daquele que tem sabedoria. E somente o sábio é alerta porque somente ele está desperto. Em hipótese alguma, seria valorizado entre nós ou seria sugerido por nós algum valor a uma conduta maliciosa, enganadora como valor a ser almejado. O malicioso, por se superestimar, não respeita e não conhece seu oponente. O malicioso não conhece a magia do olhar porque não se importa com seu interlocutor, não o encara. A magia do olhar está na força da verdade interior do indivíduo. E o malicioso não pode usá-la porque não a possui. Por isso o mentiroso tem o olhar furtivo. Esta é sua fraqueza. Por outro lado, o sábio, o sagaz, com sua força interior, ele não subestima seu oponente. Conhece sua força, respeita-a e, por isso mesmo, pode contorná-la, superá-la, usá-la a seu favor e, melhor ainda, pode até redimir seu adversário.

Espero que minhas palavras tenham contribuído para diminuir a temperatura de nossas dúvidas e inquietações , aliás, muito pertinentes.

Um grande abraço e muita LUZ a todos os meus amigos dimensionais!

Muita LUZ a todos!

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