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Sublimação

Sublimação

Este texto foi escrito, utilizando-se de alguns “apontamentos” de pesquisas em linguagem mais cientifica… Mais metafisica, “mais inteira” e mais verdadeira…

Em relação à noção de sublimação Freud pensa-a como uma modificação das ações e dos objetos de satisfação dos impulsos sexuais, ocasionada pela diferença entre o grau de pressão do desejo e as possibilidades de satisfação direta. A diferença entre uma coisa e outra resulta no fator que impele os impulsos rumo aos seus destinos “dessexualizados” (ausência de sexualização, ou seja, contra o sexo). Estes possibilitam formas de aprimoramento da linguagem e produção de bens culturais, que resultam no processo civilizatório, capitalizando as forças da sexualidade e as redirecionando para alvos socialmente produtivos.

Por isso, toda atividade humana é sempre sexualizada em algum grau e visa satisfação.

Mas, de acordo com Schopenhauer acontece isto mesmo? Este filósofo da Vontade utiliza dois termos, sublimação que esclarece um processo de conversão, de sutilização e de embelezamento das representações, embora não seja feita nenhuma tentativa de sistematização diretamente como destino de impulso (qualquer estímulo pode vir a ser um Impulso, desde que tenha uma intensidade que provoque ação). Esta noção é complementada pelo conceito de sublime presente especialmente na metafísica do belo, que caracteriza o homem como “ímpeto tempestuoso e obscuro do querer”, que tem a polaridade “dos órgãos genitais como seu foco”, e simultaneamente o contraste da polaridade do cérebro, que na linguagem do filósofo representa o “sujeito eterno, livre, sereno, do puro conhecer.

Schopenhauer – Imagem da Internet

Schopenhauer reconhece a sublimação como metáfora da conversão do afeto ou pela via imaginária (idealização sustentada em abstrações), ou pela via da simbolização (reconhecimento e elaboração da falta e da diferença). Tais usos expõem a relação do desejo com a satisfação e com o sofrimento derivado das recorrentes faltas e vicissitudes às quais o querer viver impele. O termo é associado por este filósofo ao esvaziamento da experiência em conceitos abstratos.

A figura da viabilização do desejo através do conhecimento que está por trás da sublimação, aparece aqui de modo bastante nítido, inclusive assessoriamente prenunciando as teses freudianas que conectam a figura de Deus à do pai, expondo a religião como expressão de desejos infantis e por outro lado, associando a figura de Deus à ordem simbólica.

E em relação ao mundo como Vontade e Representação, Schopenhauer define a noção de sublime como processo psíquico. Depois de escrever que “é insensato fechar os olhos e não querer reconhecer a clara revelação de que o verdadeiro destino da existência humana é a dor” e que a vida está “completamente rodeada” por ela.

O saldo final da existência é o reconhecimento de que a vontade humana na totalidade de seu trajeto empírico é uma narrativa de grandes e pequenos esforços e sofrimentos, que resultam precisamente e invariavelmente no ocaso da vida individual. Esse filósofo sugere que a visão da morte faz do homem um ser único na natureza. Essa peculiaridade aliada à experiência do envelhecimento natural produz um efeito que “refina” e “sublima” o querer.

Ainda segundo Schopenhauer o que expõe o caráter equívoco da vida, é a presença simultânea de duas tendências diametralmente opostas: uma a da vontade individual dirigida aos seus alvos e destinos particulares (naturalmente enganosos) e a outra uma tendência dirigida contra a felicidade e voltada para o aniquilamento da vontade individual e da ilusão que mantêm o indivíduo encadeado à corrente tormentosa do mundo efetivo.

Pela visão de Schopenhauer o sentido da noção de a dor e a morte são os mestres da humanidade, com o sofrimento recorrente encurralando a vontade orgânica, que se refugia no seu último refúgio – a sublimação. A vontade atada à individuação se refina, sublima-se e ao mesmo tempo se refugia em sua última cidadela, da qual só a morte poderá desaloja-la

Entende-se disso que, para o filósofo, a função da atividade sublimatória no cotidiano dos homens comuns é proporcionar refúgio e caminhos à Vontade de vida, que é mais frequentemente frustrada do que afirmada.

No sentido da noção de sublimação na filosofia de Schopenhauer o âmago do homem consiste “em sua vontade se esforçar, ser satisfeita, e novamente se esforçar incessantemente”. Isso é o que caracteriza a atividade dos impulsos sexuais. Felicidade e bem-estar significam meramente “que a transição do desejo para a satisfação e desta para um novo desejo ocorra rapidamente, pois a ausência de satisfação é sofrimento, a ausência de novo desejo é anseio vazio – langor, tédio.”

Para Schopenhauer a ausência de novo desejo é anseio vazio – langor, tédio” – imagem da Internet

O sentido da noção de sublimação na filosofia de Schopenhauer , os homens comuns seriam 2/3 Vontade e 1/3 intelecto: “A Vontade sobrepuja o conhecimento, e o intelecto limitado é colocado por completo a serviço do querer, do qual nem por um instante consegue se livrar.

Aparentemente, a própria fisiologia do sistema nervoso desses indivíduos comuns é responsável pelo excesso de subjetividade, isto é, de vínculo com o querer.

Mas, para Schopenhauer o que estaria sendo sublimado, em geral? … Em duas palavras, sexualidade e morte! …

Em seu texto sobre a metafísica da morte percebe-se o jogo de alternância entre a vida e a morte, quando o nascimento e a morte são a contínua renovação da consciência da Vontade, em si mesma sem começo e sem fim. Se a vida impõe o reconhecimento do caráter compulsivo e permanente do querer viver, que expressa a condição fenomênica da Vontade, a morte remete à ideia de que o indivíduo é “uma lanterna que é apagada depois que prestou o seu serviço”.

Existe um aspecto paradoxal nessa relação também investigado por Nietzsche e que de acordo com Freud ocorre uma substituição do objeto vinculado do desejo por outro objeto, que satisfaz a vontade de forma indireta, e, com isso, liberta o ser humano da escravidão da vida prática, que é a fonte de seu sofrimento e de seu desgaste físico e mental ao longo de sua existência.

O Schopenhauer da Metafísica do belo e da ética interpreta isso como uma supressão da Vontade, enquanto o da Metafísica do amor sexual pensa nos ardis e disfarces pelos quais os impulsos sexuais sublimados se afirmam.

Freud menciona que a sublimação seria uma das possíveis formas de se evitar o desprazer e as fontes de sofrimento causadas pela civilização, remetendo a sublimação à mudança de alvo sexual, em que a pulsão é dessexualizada (ausência de sexualização).

No artigo “O ego e o id” Freud fala, para que o ego não vire objeto das pulsões de morte, ele tem que acumular libido dentro de si e tornar-se o representante de Eros. Com o risco de morrer o ego escolhe através da sublimação, o caminho do combate que toma a vida possível.

Imagem de Sigmund Freud, Pai da Psicanálise – Imagem da Internet.

Para a ciência laboratorial o fenômeno da sublimação é físico-químico, que consiste na passagem direta de uma substância do estado sólido para o estado gasoso e vice-versa, sem passar pelo estado líquido.

Alguns químicos indicam que o processo de passagem do estado gasoso para o estado sólido é a sublimação inversa. No entanto, outros indicam que o conceito sublimação descreve as duas passagens.

Guardando a devida interpretação para realidades existenciais diferentes, a sublimação pode ser sinônimo de exaltação, purificação ou engrandecimento. Também pode representar a transformação de sentimentos inferiores ou instintos básicos em sentimentos ou instintos superiores ou sublimes.

A sublimação é um processo em que a energia ou impulso sexual (energia da libido) é direcionada para atividades aceitáveis. Éla é muito importante na adaptação de um indivíduo no seu meio envolvente, porque possibilita o seu enquadramento social, sem comprometer o seu desenvolvimento pessoal.

Freud menciona o que existe de mais elevado na condição humana, do ponto de vista espiritual, tem a mesma origem daquilo que é também o mais vil em sua condição humana, isto é, os imperativos da sexualidade e do gozo. Portanto, de um mesmo tronco poderiam se forjar derivações diversas e até mesmo opostas, conduzindo ao que seria o mais torpe e o mais sublime da produção humana.

Nessa alusão à sexualidade, que pode conduzir o sujeito às produções psíquicas opostas, Freud delina a presença do imperativo do prazer, que o regularia. E formula o conceito de pulsão, como uma exigência de trabalho que é imposta ao psíquico em decorrência de sua ligação com o corporal. Viria a ser portanto, do imperativo da ação da pulsão sobre o psiquismo que adviria o mais torpe e o mais sublime na condição do sujeito.

Assim, se o alvo da pulsão é sempre a obtenção do prazer, tal finalidade pode conduzir por um lado o sujeito tanto ao erotismo quanto à violência, à agressividade e à crueldade. Por outro lado, pode conduzi-lo também em direção à produção do sublime. Portanto, foi neste campo imantado por destinos diversos e até mesmo opostos, delineado pelo conceito de pulsão, que Freud inscreveu o conceito de sublimação no discurso psicanalítico.

Enfim, a pulsão seria então o tronco comum entre essas derivações opostas na produção do sujeito. A força da pulsão estaria sempre presente como exigência e como condição de possibilidade para a produção da sublimação. Dito isso, é preciso destacar agora como o discurso freudiano enunciou diferentes leituras sobre a sublimação, ao longo de seu percurso teórico.

O alvo da pulsão é sempre a obtenção do prazer, mas tal finalidade pode conduzir o sujeito tanto ao erotismo quanto à violência, à agressividade e à crueldade – Imagem da Internet.

De acordo com Freud a sublimação e a erotização estariam inscritas em polos opostos no psiquismo, posteriormente estariam bem mais próximas e inscritas no mesmo polo psíquico, ambas buscando a afirmação da vida contra a morte.

A tradição psicanalítica pós-freudiana tratou desses temas e domínios de maneira nitidamente desigual, seja nos desdobramentos e interpretações que realizaram sobre a sublimação, seja nas leituras que empreenderam do discurso freudiano. Com efeito, nesta tradição, a questão da sublimação foi bastante trabalhada no que concerne o campo da arte, sobre o qual se pode destacar uma ampla bibliografia, mas também no registro da moral, principalmente no que se refere aos registros do super eu, do ideal do eu e do eu ideal.

Se para Freud a vida triunfa sobre a morte nas relações permanentes estabelecidas entre a pulsão de vida a pulsão de morte, o preço a pagar por isso é a disseminação da violência na relação do sujeito com os outros e no registro dos laços sociais, como condição preliminar para a afirmação da vida pelo sujeito. O espaço social seria então permeado pela violência e pela agressividade.

A psicanálise é geralmente entendida como uma ciência que trata o indivíduo isolado, porém ela não pode se esquivar de uma psicologia social, uma vez que o sujeito está sempre em relação com outros indivíduos. É nesse sentido que Freud compreende a psicologia individual como sendo, desde o começo uma psicologia social. E a partir disso que Freud vai buscar compreender as influências de um grupo sobre a constituição psíquica do indivíduo e, posteriormente, avaliar se a civilização permite que o sujeito alcance a felicidade, tendo em vista que o sacrifício pulsional é condição necessária para a sua existência.

De acordo com Freud os esquizofrênicos se caracterizam basicamente pela megalomania e pela perda de interesse no mundo externo. Essa segunda característica, apesar de encontrada nos histéricos e nos neuróticos, é diferente nos esquizofrênicos.

Os histéricos e os neuróticos abandonam até certo ponto o contato com a realidade externa. Contudo, eles não rompem com a relação erótica com objetos (pessoas e coisas); às vezes criam fantasias e substituem os objetos reais por objetos imaginários. Os parafrênicos, ao contrário, suspendem as relações com a realidade; param de investir em objetos e não os substituem por uma fantasia. Ou seja, na esquizofrenia, o sujeito para de investir completamente no mundo externo e investe toda a sua energia em si mesmo. Esse fato é constatado nos delírios de megalomania. A energia retirada do mundo externo é escoada, através da megalomania, para o eu. O delírio de grandeza é uma tentativa de cura do indivíduo que tem o intuito de reconduzir a libido ao objeto.

Na esquizofrenia, o sujeito para de investir completamente no mundo externo e investe toda a sua energia em si mesmo – Imagem da Internet.

Há uma tendência de o sujeito incorporar ao eu o objeto que proporciona prazer. Nesse caso, o sujeito diz que ama o objeto. Contudo, quando o objeto é fonte de desprazer, há uma tendência de o sujeito afastá-lo de seu eu, dizendo-se que odeia esse objeto. O ódio aparece quando as pulsões sexuais se estabelecem. É algo que ameaça o eu; é uma tentativa de realizar as pulsões de autoconservação.

Sendo assim, o eu ama o que o satisfaz sexualmente e odeia o que não satisfaz suas necessidades de autoconservação. O amor surge da capacidade do eu satisfazer autoeroticamente parte de suas moções pulsionais. De acordo com Freud, o amor é originalmente narcísico, depois passa para os objetos que foram incorporados ao Eu ampliado.

Freud entendia que a libido é a energia das pulsões ligada as várias formas de amor e justificava a utilização desse conceito, justamente porque essas pulsões amorosas seriam expressão das mesmas moções pulsionais que levam a união sexual, ou seja, esses impulsos amorosos são o que a psicanálise chama de pulsões sexuais. Freud assinalava que as pulsões sexuais são responsáveis por manter uma massa unida.

O objeto é amado pelas características que o indivíduo aspirou para o seu próprio eu, ou seja, ele serve para substituir um ideal que o eu não alcançou. O fenômeno da idealização difere do da identificação, pois nele o eu se enriquece com os atributos do objeto.

Freud, ao analisar a civilização, constata que ela produz um sentimento de mal-estar nos seres humanos, visto que suas exigências são incompatíveis com as das pulsões. Segundo ele, o homem civilizado não é capaz de alcançar a felicidade (satisfação pulsional, no sentido estrito), pois em sociedade suas moções pulsionais são contidas.

De acordo com ele, a busca pela felicidade tem duas metas: uma negativa (a ausência de dor e desprazer), e uma positiva (a experiência de fortes prazeres). No sentido estrito, felicidade corresponderá somente à meta positiva. Ou seja, corresponderá à satisfação imediata de necessidades represadas.

Todavia, todo o Universo incluindo a civilização, não está de acordo com esse programa, o que impossibilita o indivíduo de alcançar a felicidade no sentido estrito do termo.

Segundo Freud, há três fontes que causam sofrimento ao ser humano: o próprio corpo, o mundo externo e as relações com outras pessoas – sendo essa última, a fonte de sofrimento que o indivíduo experimenta de forma mais dolorosa.

O próprio corpo, o mundo externo e as relações com outras pessoas são três fontes, segundo Freud, que causam sofrimento ao ser humano (principalmente esta última) – Imagem da Internet.

Além de restringir a sexualidade, a sociedade também reprime a agressividade. A sociedade prega que as pessoas devem amar o próximo como a si mesmas; prega um amor universal. Não obstante o que está por trás disso segundo Freud, é o fato de que o ser humano não é uma criatura cheia de amor, mas sim uma criatura com fortes tendências a agressividade.

De acordo com Freud, o sentimento de culpa é expressão justamente do conflito entre amor e ódio; entre Eros e pulsão de morte. Tendo em vista que a civilização obedece a uma pulsão de Eros, que tende a unir os homens em uma massa coesa, o fortalecimento do sentimento de culpa é a ferramenta que ela tem para alcançar sua finalidade. Assim, Freud considera o sentimento de culpa como ‘o problema mais importante da evolução cultural e afirma que o preço do progresso cultural é a perda da felicidade, pelo acréscimo do sentimento de culpa.

Dentro da civilização, o supereu aparece como fundamental para a regulamentação das relações humanas e para manutenção da sociedade. Ele internaliza parte das tendências hostis do homem, impedindo que elas se exteriorizem contra o outro e em consequência, produz um sentimento de culpa que impede a satisfação das pulsões e uma constante infelicidade interna. A similaridade entre a formação do supereu de uma sociedade e a do supereu individual aponta para um fato importante: o anímico e o social são duas esferas onde ocorre a constituição do sujeito. Não é possível se pensar esses dois âmbitos isoladamente, visto que o outro está sempre presente na vida do indivíduo.

O conceito de sublimação não ganha com Freud, o desenvolvimento em um artigo específico, tendo sido trabalhado em textos destinados a outras temáticas e em distintos momentos de sua obra, carecendo da organização desses fragmentos e da lapidação das ambiguidades e contradições possíveis de ser identificadas.

Numa tomada cronológica dos textos freudianos, a primeira alusão à sublimação aparece no período considerado como pré-psicanalítico, numa das cartas dirigidas a Fliess na qual o termo é empregado em associação a construções fantasiosas e como defesa em relação à sexualidade. A sublimação neste momento sem ser claramente diferenciada do recalque (que denota um mecanismo mental de defesa contra ideias que sejam incompatíveis com o eu), tem a função de promover esquecimento de lembranças dolorosas. Esta conotação de defesa em relação ao sexual associada à sublimação, é fruto da concepção de Freud sobre a sexualidade, o conflito psíquico e o adoecimento neurótico mencionado no início de sua obra.

De acordo com Freud em “Moral sexual cultural e doença nervosa moderna” as restrições à vida sexual são impostas pela cultura moderna são causadoras das psiconeuroses, mas ele assinala a capacidade de algumas poucas pessoas sublimarem de fato ao invés de adoecerem. A sublimação permanece em consonância com o recalque, promovendo renúncia ao sexual através do domínio da pulsão sexual pela dessexualização.

Tela “Guerra e Paz”, de Portinari – De acordo com Freud as restrições à vida sexual impostas pela cultura moderna, são causadoras das psiconeuroses e agressividade – Imagem da Internet.

A satisfação da pulsão pela sublimação dá-se sem conexão com o recalque: recalque e sublimação são mecanismos distintos. A sublimação promove a satisfação pulsional do sexual através de alvo e objeto não sexuais. Com estes argumentos, a sublimação, além de defesa contra o sexual, também é via de satisfação pulsional tal qual está postulado em “Pulsões e destinos da pulsão”, quando Freud elege a sublimação como um dos destinos possíveis para a pulsão sexual.

Em outra ressalva do artigo “O mal-estar na cultura”, Freud enfatiza também a sublimação como um processo particular e importante para a sociedade, no sentido de ser responsável pelas produções culturais, indicando seu desenvolvimento como fruto da civilização e exemplificativo deste momento da obra em que ele destaca na sublimação o seu caráter de favorecedora do laço social.

Os impulsos instintivos humanos são grosseiros e chocantes. Os ímpetos de agressividade, os sentimentos de ódio contra tudo o que se opõe aos desejos humanos – e, os impulsos sexuais violentos e brutais, transformam o ser humano em um ser animalesco e intolerável.

Os impulsos sexuais violentos e brutais, transformam o ser humano em um ser animalesco e intolerável – Imagem da Internet. 

A necessidade de viver em sociedade, a necessidade dos seres humanos conviverem uns com os outros, os obriga a adotar uma das duas seguintes soluções: ou bloqueiam e impedem a exteriorização dos impulsos vindos do id, ou então adotam uma segunda alternativa e transformam esses instintos baixos e animalescos em ações boas e moralmente elevadas, em ações compatíveis com as necessidades da convivência social.

A primeira solução chama-se o ato de recalcar, ou recalcamento, ou, simplesmente o recalque. A segunda solução chama-se o ato de sublimar ou a sublimação. Recalque e sublimação são assim os dois processos psíquicos de que os seres humanos lançam mão para dominar os instintos egoístas do id.

Em relação ao recalque, o superego é o encarregado de realizar esse trabalho. É ele que faz a seleção e a repressão dos impulsos instintivos humanos. Assim, sempre que um impulso for reprimido radicalmente e sempre que ele tenta se manifestar é impedido, é recalcado. A partir daí, será formado o complexo. O complexo é o conjunto formado por aqueles desejos recalcados e pelas emoções dolorosas, que os seres humanos sente todas as vezes que recalcam seus impulsos. 

Uma vez formado o complexo passa a agir poderosamente. Todas as vezes que os seres humanos se encontram em uma situação difícil, que os obrigue a lançar mão de todos os recursos de sua personalidade, o complexo lá estará atrapalhando-os. Dificilmente conseguirão resolver a situação, por causa dos distúrbios que o complexo produzirá neles. Em vez de manter a cabeça fria para encontrar uma saída, experimentarão sentimentos de inferioridade, crises de ansiedade, obsessões e estados angustiantes de toda espécie.

Ao ser reconstituído o percurso freudiano com relação ao desenvolvimento do conceito de sublimação, e tendo em mãos um entendimento geral a posteriori de tal levantamento teórico, torna-se evidente que, ao longo de toda obra de Freud, identifica-se nela duas grandes concepções acerca do processo sublimatório. Na primeira concepção, Freud a considera como sendo uma atividade psíquica na qual envolveria uma dessexualização das pulsões, ou seja, o entendimento da sublimação compreendido a partir de atividades artísticas, sendo a obra de arte o paradigma representante de um produto valorizado e reconhecido socialmente.

Já posteriormente outra concepção de Freud acerca da sublimação se torna significativa, com a elaboração de sua segunda tópica, a partir da qual se tornou possível compreender a sublimação como implicando uma mudança de alvo/objetivo da pulsão, o que leva a considerar o processo sublimatório como um dos destinos possíveis da pulsão.

A pulsão é um processo energético, que originado no soma pelo conjunto de alterações físico-químicas postas em ação pela presença de uma necessidade, penetra no aparelho psíquico com o objetivo primordial de patrocinar uma ação capaz de satisfazer essa necessidade, pondo fim àquele processo até que essa ou outra necessidade novamente se instale. E o mencionado conjunto de alterações físico-químicas denomina-se fonte da pulsão, com a ação capaz de satisfazer a necessidade de ação específica.

Quando a energia pulsional penetra o aparelho psíquico, gera nele uma inclinação a produzir trabalho a qual merece o nome de moção pulsional. Essa moção pulsional apresenta uma pressão, que corresponde à intensidade de tal inclinação. Freud faz questão de acentuar que, posto ser impossível para o aparelho psíquico separar-se do soma, a pressão exercida sobre o primeiro pela moção pulsional não pode ser eliminada mediante a fuga, mas somente por meio de ação específica.

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Para Freud ao se considerar a vida mental de um ponto de vista biológico, um ”instinto” aparecerá como sendo um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente. Como uma medida da exigência feita à mente, no sentido de trabalhar em consequência de sua ligação com o corpo.”

A busca sistemática pela aparição da palavra sublimação nos textos freudianos remete a vários registros de épocas distintas, durante sua vasta elaboração teórica. Pode-se assim identificar diversas menções, desde os mais antigos escritos de Freud, como em interpretação dos sonhos e até mesmo em algumas das suas correspondências com seus colegas interlocutores.

Segundo Freud, a existência da cultura bem como a possibilidade de sobrevivência num coletivo implica uma renúncia instintual ao sujeito, de forma que em termos eróticos, a única sexualidade admitida socialmente seria a sexualidade genital, ou seja, aquela diretamente relacionada às forças de Eros e à propagação da espécie.

O problema que se torna cada vez mais evidente ao próprio Freud, a partir dessa primeira concepção, é muito claro. Da maneira como tal conceito é delineado inicialmente, não deixa dúvida de que no fundo, aquilo que se pode considerar como essencial nessa perspectiva acerca da sublimação, não diferia por fim em nada do mecanismo do recalque. E se entende que o objetivo da sublimação é a constituição via dessexualização de novos objetos valorizados socialmente (justamente por serem dessexualizados), então sua prerrogativa enquanto possibilidade de ocorrência está necessariamente vinculada a uma regulação normativa caracterizada a partir dos pactos sociais.

Para além de tal definição Freud pôde ainda determinar quais seriam então as características peculiares das pulsões, apontando as pulsões como forças constantes atuantes no psiquismo – ou seja, sua pressão, a finalidade do instinto que visa sempre à satisfação e o objeto sendo a coisa pelo qual um instinto é capaz de se satisfazer.

É importante ressaltar ainda, que o objeto da pulsão é variável, por isso sua diferenciação terminológica em contraposição à definição estrita de instinto tal como ocorre predominantemente no reino animal, visto que este diferente da pulsão tem sempre um objeto pré-determinado, ou uma ação pré-determinada em que realiza o destino instintual para fins de sobrevivência (alimentar e reproduzir).

A fonte da pulsão localizada no interior do próprio organismo, impulsiona à compreensão de que corpo e psíquico figuram como inseparáveis, uma vez que para a Psicanálise o corpo é muito mais que o aparato orgânico biológico. Dentre estas características expostas por Freud, o seu desenvolvimento com relação à problemática da finalidade e do objeto da pulsão, dado seu caráter “flexível”, é o que lhe abre caminho para articular a sublimação como um dos destinos possíveis da pulsão.

Num sentido mais radical possível pode-se compreender, que até os sintomas que determinado indivíduo desenvolve (do ponto de vista do que estes podem representar simbolicamente) já revelam em si uma criatividade psíquica em tal processo. Freud chegou a comparar a neurose obsessiva a uma religião, a histeria a uma obra de arte (caricaturada) e a paranoia à ciência.

Freud chegou a comparar a neurose obsessiva a uma religião. Seguidores da Irmandade Mulçumana – Imagem da Internet.

Então, o que diferencia de fato uma criação qualquer de uma sublime criação?

Em que se articula Psicanálise e Música? Esta procura é pertinente e relevante, na medida em que oferece possibilidades compreensivas dignas de valor teórico dentro do campo psicanalítico?

Não se trata em nenhum momento de tentar compreender as musicalidades a partir da Psicanálise, mas sim o oposto pensando a música e/ou as musicalidades como produção subjetiva que, dado seu caráter prático representado imaginariamente, simbolicamente toca e movimenta outros sujeitos – ou seja, a música como processo de subjetivação.

“A música é maior aparição do que toda a sabedoria e filosofia” – Ludwig Beethoven. A intenção neste momento é poder evidenciar alguns pontos de conexões entre Música e Psicanálise ou, mais especificamente, entre o que está sendo considerando como um modo de expressão privilegiado e a própria estruturação do psiquismo.

A teoria psicanalítica filha da modernidade sempre soube se servir do mundo das artes através das manifestações de seus autores. Por outro lado a música e/ou as musicalidades acompanham o homem desde seus tempos mais remotos. Assim, pergunta-se “por que a música?” Afinal, por que precisa o ser humano da música? Por que, a partir do momento em que a música começa a constituir-se como uma linguagem possível compartilhada entre os homens (desde o homem pré-histórico), ela o acompanha até os dias atuais? Por que, enfim, o homem precisa de música, deseja-a, e por que ela continua a existir?

Pode-se neste sentido indagar não sobre a “História da Música”, mas de várias histórias possíveis sobre a música, de acordo também com a pluralidade de culturas, civilizações distintas, da mesma forma que o desenvolvimento de estilos musicais, que também possui suas próprias histórias. Desse modo, ao se iniciar investigações, depara-se com um leque de produções bibliográficas no campo da História da Arte e da Musicologia destinado à chamada “História da Música”.

Descobertas realizadas em sítios arqueológicos referentes à arte rupestre (em cavernas) fornecem indícios da presença da musicalidade desde os primeiros grupos humanos, mostrando imagens que representam seres cantando, dançando e tocando instrumentos, além do encontro de fragmentos do que poderiam ser estes instrumentos musicais.

Imagens rupestres que representam seres humanos primitivos cantando e dançando, entre outras situações – Imagem da Internet

Importante também lembrar, que em meio a este contexto pré-histórico, ao homem era necessária sumariamente a utilização de seu corpo, em especial a necessidade de um agudo desenvolvimento de suas funções perceptivas, a fim de poder garantir sua sobrevivência diante da natureza. Ligados então à questão das sonoridades, tanto a sua audição quanto a potência vocal do grito os auxiliavam na tentativa de identificar e controlar (na medida do possível) os perigos que a natureza lhes impunha.

Originalmente, o Ruído Sagrado refere-se a fenômenos naturais, como o trovão, erupções vulcânicas, tempestades, etc., pois acreditava-se que representassem combates divinos – ou, a ira dos deuses para com o homem.

O som é manifestação acústica e ele neste sentido é também físico. A partir de sua ocorrência e de sua substancialidade (as características do ruído e/ou dos sons), o sentido que lhe é atribuído é um fato diretamente atrelado à subjetivação individual e/ou coletiva. Sendo assim como menciona Wisnik, o sentido do som e do ruído (ou a intensidade com que se ouve mais um do que outro) depende fundamentalmente do contexto.

Ainda de acordo com Wisnik entre os objetos físicos, o som é o que mais se presta à criação de metafísicas. As mais diferentes concepções de mundo, do cosmos, que pensam a harmonia entre o visível e o invisível, entre o que se apresenta e o que permanece oculto, se constituem e se organizam através da música. Diante disso para este pesquisador, a necessidade de musicar o mundo apresenta-se como uma tentativa de organização do caos através dos variados ruídos, primeiramente naturais e posteriormente provocados por outras fontes, pois musicalizar atenderia a esta finalidade primeira de purificação do ruído.

Na Grécia Antiga, por exemplo, a partir das representações mitológicas, percebe-se a contraposição entre música apolínea e música dionisíaca, sendo a primeira considerada como a forma por excelência da “música das esferas” (privilégio das alturas melódicas, uma música mais pura), enquanto a segunda (dadas suas características mais rítmicas e pulsantes) estaria mais diretamente associada ao ruído e, dessa maneira, aos perigos que poderia representar. Já no hinduísmo (religião essencialmente musical) também encontramos a representação das musicalidades associada diretamente ao equilíbrio do cosmos e à essência do universo.

Na Grécia antiga percebe-se a contraposição entre a música apolínea e a música dionisíaca – Imagem da Internet.

O hinduísmo, sendo uma religião fundamentalmente musical, ela é entre outras coisas, todo constituído em torno do poder da voz e da relevância da respiração onde todas as ocorrências míticas e eventos divinos são declaradamente recitações cantadas com caráter sacrificial – com mantras, e atribuindo à proferição da sílaba sagrada OUM (ou AUM) o poder de ressoar a gênese do mundo.

Também, ao abolir instrumentos rítmicos percussivos, pondo toda sua rítmica puramente frásica a serviço da pronunciação melodizada do texto litúrgico, o canto gregoriano acabou por desviar a música modal do domínio do pulso para o predomínio das alturas.

Observa-se que no mundo modal (tradições pré-modernas) de maneira especial a música estará ligada a aspectos divinos e sacrificiais, sendo vivenciada como uma genuína experiência do sagrado, justamente porque ela substancializa esta luta cósmica e caótica entre o som e o ruído: Essa luta de acordo com Wisnik, que se torna também uma troca de dons entre a vida e a morte, entre os deuses e os homens e ela é vivida como um rito sacrificial”.

Os mitos que falam da música estão centrados no símbolo sacrificial, assim como os instrumentos mais primitivos trazem a sua marca visível. As flautas são feitas de ossos, as cordas de intestinos, tambores são feitos de pele, as trompas e as cornetas de chifres. Todos os instrumentos são, na sua origem, testemunhos sangrentos da vida e da morte. O animal é sacrificado para que se produza o instrumento, assim como o ruído é sacrificado para que seja convertido em som, para que possa sobrevir o som. A violência sacrificial é aquela canalizada para a produção de uma ordem simbólica que a sublima (Wisnik).

A flauta como instrumento musical mais primitivo era feita de osso – Imagem da Internet.

E quanto à Psicologia da Religião, diversos comportamentos associados à religião chamam a atenção.

Pode se perguntar, se além do chamado sociológico e do chamado de caráter estritamente teológico, também não haveria uma espécie de chamado psicológico que comporia uma das variáveis fundamentais para a constituição da vocação religiosa? Ou seja, se, além do chamado “de fora” e do chamado “do alto”, seria possível diferenciar o aspecto psíquico dos demais, no sentido de vislumbrar nele uma predisposição interior para a constituição da vocação religiosa, que, por sua vez, pode ou não estar relacionada com a exposição do sujeito ao imanente ou ao transcendente?

Com esse conceito o conceito de sublimação é talvez um dos mais fascinantes, enigmáticos e criativos introduzidos por Freud no contexto da Psicanálise. E, certamente é uma das noções constitutivas de seu pensamento, visto que já aparece cedo em sua obra, na correspondência com Fliess. Era o assunto de um tratado de Metapsicologia. infelizmente nunca impresso, pois teria sido destruído pelo autor, reaparecendo novamente próximo ao final de sua vida e obra, no texto “O mal-estar na civilização”.

Antoine Vergote sintetiza a tese freudiana relativa ao conceito de “sublimação” nos seguintes termos, “a sexualidade é uma pulsão ao lado de outras pulsões, por exemplo, a pulsão de autoconservação ou a pulsão agressiva. A particularidade da pulsão sexual é que ela é transformável e que, de fato, o homem a transforma em parte em obra cultural: criação artística, moralidade, religião e, mesmo, trabalho profissional”.

Embora Freud tenha num mesmo átimo, em diversas passagens de sua obra, mencionado lado a lado arte, ciência e religião e tenha visto nos dois primeiros campos de atividade humana uma especial relação com o conceito de sublimação, a sua crítica à religião pareceu ignorar a hipótese, de que também ali se poderia inferir a aplicação do conceito sob um viés propositivo.

Sigmund Freud aponta para uma estreita relação entre a imagem de Deus e a experiência familiar, tornando-se mais fácil de reconhecer, de vez que o criador deus é abertamente chamado de “pai”. A psicanálise infere, que realmente é o pai, com toda a magnificência em que durante determinada época, ele “se mostrava para a criancinha”. E um adulto religioso continua imaginar a criação do universo assim, como imagina também sua própria origem.

Outro autor que se ocupou explicitamente com esta importância – mas, focalizando a mãe, no período pré edípico e sua consequência para a constituição da vocação religiosa, foi Eugen Drewermann. Para ele a resposta concentra-se justamente na relação da mãe com o bebê para a gênese da vocação religiosa. Diante das exigências e das necessidades estruturalmente impostas e em seu esforço para cumprir suas funções de mãe, o bebê tem a sensação de que a simples razão de estar ali não é motivo suficiente para ser amado. Ele sente que precisa se tornar alguém especial para merecer ser amado e cuidado.

Esta dinâmica psicológica, em seu desenvolvimento posterior, tornará esta pessoa refém de um círculo vicioso, quando a pessoa para se sentir aceita, ela precisa se sentir merecedora desta aceitação, sacrificando-se pelos outros.

Pela visão psicanalítica (e religiosa) a pessoa para se sublimar, ela entre em um círculo vicioso, precisando ser merecedora da aceitação e sacrificando-se pelos outros – Imagem da Internet

E de acordo com Ana-María Rizzuto em seu clássico The Birth of the Living God”, as pessoas chegam a ter uma crença real na existência de Deus” Esta função psicológica permanece como uma possibilidade real de reequilíbrio emocional e espiritual ao longo de toda a vida.

O que neste sentido distinguiria a pessoa religiosa em geral daquela que se sente vocacionada para a vida religiosa não seria uma diferença estrutural da personalidade, mas sim uma questão vinculada ao grau de intensidade de vivência da dialética entre a presença e a ausência; e esta por sua vez se relacionaria proporcionalmente à intensidade do desejo nela elaborado, como o descreve, por exemplo, Teresa de Ávila: “Vivo sin vivir en mí, y en tan alta vida espero, que muero porque no muero”.

Em companhia de outras formas de sublimação, como a arte e a própria ciência e também a dedicação às inúmeras atividades religiosas oferecidas no interior de uma congregação, de um seminário, de uma comunhão religiosa, se repetiria algo análogo àquele jogo encenado pelas crianças durante o seu desamparo. E de forma definitiva poder-se-ia propor portanto, a tese de que a religião é a condição que permite a vida durante a ausência de Deus.

 Existem razões fortes, apontadas entre outras, por Freud, Winnicott, Drewermann, Vergote, Rizzuto, para destacar os elementos psicológicos na constituição de uma personalidade que busca reencontrar o objeto amado perdido na religião, em especial na vivência da vocação religiosa. Os elementos constitutivos que provêm “de dentro” e aqueles que vêm “de fora”, bem como aqueles atribuídos “ao alto”, formam um todo irredutível e inter-relacionado.

Em outras palavras, a vida religiosa vive na ausência a confiança de que seu anseio mais profundo pelo amor ilimitado venha a se realizar como dádiva de satisfação plena. E enquanto isso não acontece, a pessoa religiosa não se desespera, pois tem na atividade repetitiva sublimada ofertada pela religião uma ocupação, que permite ir convivendo com esta ausência.

… Adquirir o necessário padrão mental-evolutivo para poder dominar Leis Universais e manipular a matéria, já experienciando na frequência de outras realidades além da realidade física, é vivenciar a sublimação – é vibrar já transmutado na condição sublime de um ser universal. O dimensional desperto já tem noção desta verdade…

Fontes de consulta:

1 – O sentido da noção de sublimação na filosofia de Schopenhauer…

www.revistavoluntas.com.br/uploads/1/…/v1-n2-5-fonseca_eduardo.pdf

2 – Filosofia & Psicanálise: O caminho da sublimação

filpsicst.blogspot.com/2010/09/o-caminho-da-sublimacao.html

3 – Significado de Sublimação – O que é, Conceito e Definição

www.significados.com.br/sublimacao/

4 – Governabilidade, força e sublimação – SciELO

www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642010000300005&script

5 – Universidade de Brasília – UnB Instituto de Ciências … – BDM

bdm.unb.br/bitstream/…/2013_MariaLuizaRodriguesSampaiodeSouza.pd

6 – Sublimação: da construção ao resgate do conceito – SciELO

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516

7 – https://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/26631/recalque-e-sublimacao#ixzz3nLO0Aw3U

8 – Repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/114008/000797313.pdf?…

9 – Pulsão: Conceito, clsassificações e vicissitudes

loganalisepro.blogspot.com/2006/01/pulsoconceito-classificaes-e.html

10 – A Vocação Sublime: da relação entre religião e sublimação …

www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/42040

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